Instantes antes de o presidente do Supremo, Dias Toffoli, suspender sua decisão mandando soltar os presos sem condenação em segunda instância, o ministro Marco Aurélio Mello criticou a desautorização dentro do tribunal.
“A autofagia é péssima para a instituição”, afirmou. “eu não disputo nada, nem a supremacia, muito menos a supremacia intelectual. Cada qual na vida tem que fazer a sua parte, só isso.”
Marco Aurélio disse que submeteu sua decisão na abertura do ano judiciário 2019 ao plenário. “Agora, se conseguir reverter, paciência, não sou palmatória do mundo.”
A medida, se implementada, beneficiaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, motivo pelo qual as críticas se acirraram.
Todos nós somos contrários à corrupção, mas em direito o meio justifica o fim, e não o inverso, porque senão prevalece o critério de plantão. Isso é muito ruim”
Não se avança culturalmente assim. Todos nós queremos chegar ao Brasil sonhado, mas sem cambulhadas.”
O ministro rebateu críticas de que a decisão libertaria outros presos que não tiveram sua condenação julgada em todas as instâncias.
“Paga-se o preço e é módico por se viver em um Estado de Direito. Qual é o preço? Respeito irrestrito à lei das leis, ou seja, a Constituição Federal. Eu penso que eu observei a Constituição Federal”, disse. “Estou com a consciência tranquila.”
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV (UOL) / Tornado