Sem nunca o nomear, Marcelo Rebelo de Sousa esteve sempre presente na intervenção feita por Maria de Belém em Portimão, na passada Segunda-feira. A candidata definiu-se como “uma pessoa previsível”, alguém que tem “maturidade, ponderação, serenidade e firmeza” suficientes para exercer o cargo de Presidente da República da forma como entende que ele deve ser exercido.
Acrescentou, atirando algumas farpas a Marcelo, que não é, nem nunca foi “uma criadora de factos políticos”, nem alguém que “apostasse na irrequietude, na insegurança, na imprevisibilidade”. Estas características, que podem ser uma mais-valia na vida privada de cada um, não trazem a “segurança que precisamos na coisa pública”. É preciso uma política com menos tricas e mais focada em dedicar-se ao que é realmente importante: resolver os reais problemas do país e dos portugueses.
Um pouco mais à frente, voltaria a visar o ex-comentador. Foi ao assumir que é socialista, que não renega às suas convicções e que faz da “autenticidade” uma marca pessoal. Por exemplo, “nunca diria que não tenho nada a ver com o actual Presidente da República se tivesse sido apoiante dele e se tivesse sido escolhida por ele para conselheiro de Estado, mas há quem diga isso”.
Se conseguir chegar ao cobiçado palácio de Belém, não será uma presidente “inerte, que não use da palavra, que se esconda atrás dos seguranças para não falar com as pessoas”.
Pelo contrário, promete ter uma atitude “activa”, embora sem entrar na esfera de competência do governo. Promete ter sentido de Estado, mas continuar “próxima das pessoas”, a ouvi-las, como diz que sempre tem feito ao longo da vida, a “puxar o país para a frente” e a, dentro das suas competências e capacidade de acção, procurar ajudar a resolver os problemas das pessoas, em especial, as mais pobres e desprotegidas, cujos problemas garante conhecer bem.