Nos primeiros versos, o poeta Martinho da Vila já denuncia: as universidades públicas eram para os brancos e ricos, prejudicando o direito de igualdade e de oportunidades em nosso país (Brasil). Só hoje em dia, em toda a nossa história, essa situação está sendo revista através de programas como a Lei de Cotas e o Prouni.
O Pequeno Burguês
Composição: Martinho da Vila/1969
Intérprete: Martinho da Vila
Felicidade!
Passei no vestibular
Mas a faculdade
É particular
Particular!
Ela é particular
Particular!
Ela é particular…Livros tão caros
Tanta taxa prá pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar…Morei no subúrbio
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia prá aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa
À meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança prá criar…Para criar!
Só criança prá criar
Para criar!
Só criança prá criar…Mas felizmente
Eu consegui me formar
Mas da minha formatura
Não cheguei participar
Faltou dinheiro prá beca
E também pro meu anel
Nem o diretor careca
Entregou o meu papel…O meu papel!
Meu canudo de papel
O meu papel!
Meu canudo de papel…E depois de tantos anos
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo
De um pobre coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado…
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado
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