Já muito doente, com a perna direita amputada, a coluna destruída depois de várias operações, em que o sofrimento era insuportável, pinta este quadro que procura transmitir a sua compreensão para terminar com os males da Humanidade.
O rico imaginário que abunda nos seus trabalhos, provém, primeiro que tudo, da arte popular mexicana e da cultura pré-colombiana. Artista intelectualmente proeminente face aos valores culturais das suas raízes, todavia, no final da sua vida opta, duas vezes, por nos legar pictoricamente a sua convicção na vitória do Comunismo.
Já muito doente, com a perna direita amputada, a coluna destruída depois de várias operações, em que o sofrimento era insuportável, pinta este quadro que procura transmitir a sua compreensão para terminar com os males da Humanidade. Ela está de pé com o seu indispensável colete de couro, já prescindindo das muletas, liberta da dor e do sofrimento atrozes com que viveu toda a sua existência.
«Pela primeira vez, deixei de chorar», disse, comentando o que seria a sua última obra.
Frida Kahlo
(1907-1954)
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon foi uma das personagens mais marcantes da história do México. Patriota, comunista e revolucionária, Frida Kahlo, como ficou conhecida, teve uma vida de superações e sofrimentos que reflectidos na sua obra a tornaram uma das maiores pintoras do século XX.
É considerada, por alguns especialistas em artes plásticas, uma artista que faz parte do Surrealismo. Porém, a própria Frida negava ser surrealista, pois dizia que não pintava sonhos, mas a sua própria realidade.
Com 18 anos de idade sofreu um grave acidente de autocarro que lhe deixou marcas e sequelas para o resto da vida. Foi durante a recuperação que começou a pintar. Em Agosto de 1929, casou com o pintor mexicano Diego Rivera. Em 1939, Frida expôs a sua obra em Paris, na galeria Renon et Collea. Em 1943 começa a dar aulas de introdução à pintura. Um terço da sua obra são auto-retratos.