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Sábado, Dezembro 21, 2024

Massacre de presos no Amazonas ocorreu em presídios privatizados

Entre domingo (26) e segunda-feira (27), 55 detentos foram mortos em quatro presídios de Manaus, capital do Amazonas. De acordo com o governo estadual, os crimes foram cometidos devido a uma disputa entre integrantes de facção criminosa Família do Norte (FDN). Todos os presídios são administrados pela Umannizzare Gestão Prisional e Serviços Ltda., que recebeu R$ 836 milhões nos últimos quatro anos, de acordo com os contratos disponibilizados no Portal Transparência do estado.Este é o segundo massacre ocorrido nos presídios do estado. Em 2017, 56 presos foram mortos durante uma rebelião. Naquele ano, o Ministério Público do Amazonas concluiu uma investigação sobre a empresa e divulgou que o valor cobrado por cada preso nos contratos da Umanizzare com o estado é de R$ 4,7 mil mensais. Entretanto, o alto valor repassado pelo estado à empresa privada não é refletido nas condições dos presídios.

A grave situação já havia sido denunciada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Nas inspeções realizadas foi recomendado como “imprescindível” que o Estado redimensionasse o efetivo previsto no contrato com a empresa que gere os presídios, a Umanizzare.

O aumento de efetivo deveria se aplicar a todos os profissionais, não apenas aos agentes de socialização, mas também a médicos, enfermeiros e advogados. O recomendado era no mínimo um agente para cada cinco detentos. As quatro unidades somavam ao todo 4.386 presos, sendo 1.258 no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM I), 1.168 na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), 1.112 no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e 848 no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT).

O conselho classificou como alto o índice de apreensão de aparelhos celulares e facas artesanais em três unidades: UPP, CDPM e Compaj. Não há números detalhados nos relatórios. Em todas as unidades da capital amazonense, o CNJ constatou uma situação “grave” de ausência de espaço para visitas familiares. Crianças e demais visitantes são levados ao pavilhão.


Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado


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