Como se isso não fosse suficiente, o “World Economic Forum” publicou esta informação no seu site, ao que acredito, em jeito de lamento…
Voltemos ao nosso estudo. São 8 as dimensões da liderança que estão em análise. Os resultados das competências relativas a cada um destes 15.000 líderes avaliados foram confrontados com as respectivas áreas de formação. A lógica da pesquisa é portanto muito simples. As consequências deste estudo é que poderão ser mais complexas…
Para resolver as dúvidas ao pessoal da economia e da gestão empresarial há que revelar que estes só tiveram maiores competências, isto em relação às humanidades, nos aspectos técnicos previsíveis, ou seja na área financeira bem como na execução estratégica em business. Aqui, não confundir com “levar ao resultado”, pois nesse item as humanidades ganham. Note-se que não existe nenhuma entrada para temas técnicos dos cursos de humanidades, isto ao contrario do que acontece na análise dos cursos de negócios.
Portugal não terá um problema sério de liderança empresarial? – perguntei-me. Claro que sim! Então, que curso, ou cursos, assegurarão uma liderança de futuro?
Recordando-me da situação nacional decidi ir pelos cursos que , ainda, têm empregabilidade certa, como será o caso de algumas engenharias. Como estarão os cursos de engenharia, destes dezoito países, classificados no seu préstimo à liderança?
Não sei como hei de dizer isto… As engenharias aparecem-nos completamente desassociadas da liderança. Têm uma lamentável prestação nas oito dimensões aqui estudadas. Têm seis classificações de “fraco” e duas de “médio”.
Surpreendidos?
Competências em liderança vs áreas de formação
Liderar é servir!
Talvez seja necessário mudar a noção de líder. E, quem sabe, uma nova concepção das humanidades venha a contribuir para uma menor confusão no que à liderança diz respeito. É urgente refletir sobre tal possibilidade! Isto, em especial nas nossas escolas, nas nossas organizações, nas nossas famílias,…
Se eu disser que liderar é ser o exemplo, inspirar, servir, então torna-se, ainda, mais fácil compreender por que a liderança terá de ser uma dimensão das humanidades.
Conclusão… O que teremos de mudar? Gostaria de ver maior investimento nos cursos de humanidades. Porquê? Porque a liderança ao serviço obriga a uma maior humanidade em todas as tomadas de decisão. Depois, as humanidades são os cursos onde por excelência se desenvolve, o tão necessário, pensamento crítico. Proponho, ainda, formação em liderança em sentido lato em todas as universidades e cursos.
De que adianta a competência técnica na ausência de competência humana?
Esta é uma questão transversal a qualquer equipa, sala de aula ou família. É que, especialmente, numa época de crise o descontentamento pauta-se pelo mau ambiente de trabalho, pelo fraco espírito que permanece entre professores e alunos, pela falta de empatia entre pais e filhos… E, todos sabemos que não existe nada mais inspirador que o exemplo… Por que seria diferente com a liderança?
E onde se praticam tais talentos? A resposta é a já habitual… Em qualquer local menos nas escolas ou universidades onde ,apenas, aprendemos a obedecer e a fugir. Liderar, servir, inspirar são tudo menos isso…