Imaginemos que colocamos abelhas e moscas num frasco iluminado por uma luz superior. O frasco está virado ao contrário e destampado. A luz atrairá as abelhas que acabarão por desfalecer. Não conseguirão passar o fundo de vidro. As moscas vão por todo lado, cabeçada aqui, esvoaçando acolá, encontrando rapidamente a saída.
A abelha é mais lógica ao dirigir-se à luz, confundindo a zona iluminada com o céu. Isso torna-a menos eficaz embora mais inteligente e eficiente. Pelo contrário a mosca namora sorridente a liberdade. Este é , de igual modo, o movimento intuitivo em que o nosso cérebro se baseia demasiadas vezes para tomar decisões.
O ser humano tornou-se racional e com isso especialista em decidir com base em dilemas. Ou isto ou aquilo?! Mas, será o oposto de uma verdade uma mentira? Sim, é. E, se se tratar de uma grande verdade? O que se lhe oporá? O oposto de uma grande verdade é, sempre, outra grande verdade! Surpreendidos? Pois é…
Quando tomamos decisões só dependemos de um conjunto de crenças e condições para o fazer. Para uma melhor compreensão do que acabo de afirmar lanço frequentemente o seguinte desafio. Imagine que o futuro do planeta está nas suas mãos. Tem 4 minutos para escolher entre duas soluções. Então. Entre merd* e merd* o que é que decide? Sim! O que escolhe? Rápido! É preciso decidir…
Quatro minutos não será demasiado tempo para tomar uma decisão de merd*?
Da minha prática saliento a facilidade com que por norma as mulheres tomam uma decisão destas. Os homens baralham-se de tal forma que, habitualmente , não chegam a decidir a tempo. Lembram-se da abelha e da mosca? Pois é…
É isso que tem retirado, incomensuravelmente, dignidade ao ser humano. Estamos demasiado empenhados em decidir entre merd* e merd*. Quer ver apenas alguns exemplos? Escolher entre Clinton e Trump. Entre errar e insistir no erro. Entre os EUA e a Rússia . Entre morrer de fome ou de diabetes. Sucumbir ou sobreviver, etc. Note-se que, no caso, nem me refiro às pessoas em si mas, unicamente, aos ideários representados. Ou seja, ao medíocre resultado de qualquer uma destas escolhas para a humanidade.
Concluindo, todas as decisões, em especial em tempos de incerteza, deverão levar em consideração uma só, e só uma, possibilidade.
Só assim, seremos anjos sem asas, apenas arrogantes na vontade de as fazer crescer. Ou seja, simplesmente, humanos. Isto no objectivo firme de pôr termo à hegemonia dos dilemas em Teoria dos Jogos em contexto de decisão estratégica.