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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

Microsoft adquire LinkedIn. O negócio é o maior de sempre

Ao ligar software core, como Word e PowerPoint com a rede de 433 milhões de profissionais do LinkedIn, o acordo marca uma viragem para a Microsoft. E pode, na opinião de alguns analistas, “ajudar a manter serviços como o Outlook e-mail suficientemente relevantes para que os clientes não queiram trocá-lo por rivais como o Gmail do Google”. “E porque a aquisição traz consigo uma extensa rede de profissionais de marketing e vendas, permitirá atingir concorrentes nessas áreas, tais como a Salesforce e a Marketo”.

Para a LinkedIn, a oportunidade de aceder aos clientes da Microsoft, incluindo os 1,2 mil milhões de utilizadores do pacote de softwares de negócios do Office, poderá ajudá-la a retomar o crescimento que abrandou nos últimos trimestres.

microsoft-linkedin
Satya Nadella e Jeff Weiner

“A LinkedIn e a Microsoft realmente partilham uma missão”, a de ajudar as pessoas a trabalhar mais eficientemente, disse Nadella em tele-conferência com analistas. “Não há melhor maneira de realizar essa missão do que ligar os profissionais do mundo”.

Nadella tem tentado revigorar a empresa desde que a assumiu há dois anos, e ajudou-a a ganhar maior credibilidade em torno de esforços da Microsoft em áreas como serviços baseados na Cloud. Quando assumiu o cargo, em Fevereiro de 2014, o preço das acções da empresa era de US$ 34,20; na segunda-feira à tarde, foram negociadas perto dos US$ 50.

O negócio da passada segunda-feira aumentou as esperanças dos investidores de que outra empresa das redes sociais, o Twitter, poderá ser o alvo de aquisição seguinte, levando as acções a subir cerca de 5 por cento.

Reid Hoffman, presidente do conselho da LinkedIn e accionista controlador da empresa , disse que o acordo tem o seu total apoio.

Jeff Weiner permanecerá presidente-executivo da LinkedIn, reportando a Nadella. Weiner disse à Reuters que “a LinkedIn manterá a identidade e a marca, da mesma forma que o YouTube é relativamente independente da Alphabet, ou o Instagram do Facebook”. “A Microsoft prevê acelerar os rendimentos da LinkedIn, aumentando o número de assinaturas individuais e empresariais, bem como a publicidade direccionada”.

Apesar do prémio pago pela Microsoft, o LinkedIn está a ser vendido por um valor bem abaixo do seu pico de mais de US$ 270 por acção em 2015. Uma fraca previsão no início deste ano, provocou a queda nas suas acções e a desaceleração das receitas dos anúncios online.

A LinkedIn abriu o seu capital em 2011 a US$ 45 por acção.

O acordo, que obteve o apoio unânime de ambas as marcas, deverá ser concluído este ano, informaram as empresas.

A Microsoft, que tem US$ 105,55 mil milhões em dinheiro, afirmou que vai emitir nova dívida para financiar esta aquisição. A Moody´s já veio dizer que vai analisar o processo e eventualmente baixar o rating da Microsoft que se situa, neste momento, no nível AAA.

Depois de concretizado o acordo, que exigirá a aprovação dos órgãos reguladores nos Estados Unidos, o LinkedIn fará parte da unidade de Produtividade e Negócios da Microsoft, na União Europeia, no Canadá e Brasil.

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