Na missa celebrada nesta quinta-feira (17) na Casa Santa Marta, o Papa Francisco dedicou a sua homilia ao tema da unidade e rebeliu o que chamou de “falsa unidade” que se manifesta, segundo ele, em golpes articulados com apoio da mídia e na perseguição feita a determinadas pessoa com base em mentiras e factoides, para atender seus próprios interesses.“A mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas e depois chega a justiça, as condena e, no final, se faz um golpe de Estado”, argumentou.
Segundo o Papa Francisco, intrigar é o principal método utilizado para criar “condições obscuras”, condenar a pessoa e depois a unidade se desfaz. Ele lembra que esse foi o método com a qual se perseguiu Jesus, Paulo, Estevão e todos os mártires cristãos.
O Papa reforça que a intriga foi usada contra Jesus para desacreditá-lo e, uma vez desacreditado, eliminá-lo. Pensemos na grande vocação à qual fomos chamados: a unidade com Jesus, o Pai. E este caminho devemos seguir, homens e mulheres que se unem e buscam sempre prosseguir no caminho da unidade. E não as falsas unidades, que não têm substância, e servem somente para dar um passo a mais e condenar as pessoas, e levar avante interesses que não são os nossos: interesses do príncipe deste mundo, que é a destruição. Que o Senhor nos dê a graça de caminhar sempre na estrada da verdadeira unidade” Destacou.
Francisco disse que essa estratégia tem sido usada na vida civil e política “quando se quer fazer um golpe de Estado”. “O elo da corrente para se chegar a esta condenação é um ambiente de falsa unidade”, destacou Francisco. A situação descrita pelo Pontífice é a mesma vivida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que há quatro anos consecutivos enfrenta diuturnamente as calúnias e factoides da grande mídia e uma condenção judicial sem provas.
Segundo ele, existem dois tipos de unidade: a verdadeira unidade de que fala Jesus no Evangelho, da salvação; e a falsa unidade. “Como aquela dos acusadores de São Paulo na Primeira Leitura. Inicialmente, eles se apresentam como um bloco único para acusá-lo. Mas Paulo, que era “sagaz”, isto é, tinha uma sabedoria humana e também a sabedoria do Espírito Santo, lança a “pedra da divisão”, dizendo estar sendo julgado pela esperança na ressurreição dos mortos”, comparou.
Ele explica que parte desta falsa unidade, de fato, era composta por saduceus, que diziam não existir “ressurreição nem anjo nem espírito”, enquanto os fariseus professavam esses conceitos. “Paulo então consegue destruir esta falsa unidade porque eclode um conflito e a assembleia que o acusava se divide”, resgata.
O Papa cita a perseguição sofrida por São Paulo feita por populares que foram insuflados por agentes da divisão e disse que o mesmo acontece nos dias de hoje.
Esta instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o transforma em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde os primeiros tempos até hoje. Pensemos nisso. O Domingo de Ramos é: todos ali aclamam “Bendito o que vem em nome do Senhor”. Na sexta-feira sucessiva, as mesmas pessoas gritam: “Crucifiquem-no”. O que aconteceu? Fizeram uma lavagem cerebral e mudaram as coisas. E transformaram o povo em massa, que destrói” Reforça.
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado
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