A Amnistia Internacional apresenta um projecto inovador, de participação de activistas digitais na investigação e mapeamento da destruição causada pelos bombardeamentos da coligação militar liderada pelos Estados Unidos sobre Raqqa e a devastação provocada sobre a população civil desta cidade síria.
Em Portugal, a iniciativa, designada “Strike Tracker”, está a ser promovida e divulgada junto de mais de 170 entidades, organizações e instituições, desde startups a grupos de nómadas digitais e a estabelecimentos de ensino nas áreas de tecnologia, informática, codificação e programação.
- Nómadas digitais, startups e estabelecimentos de ensino de tecnologias chamados a ajudar em Portugal.
- Até 5 000 activistas digitais participam no mundo inteiro.
- Dados recolhidos pelos decoders serão publicados em plataforma interactiva a ser activada em 2019.
A Amnistia Internacional Portugal está a promover um novo projecto de recolha de dados de investigação que incide sobre Raqqa – chamado “Strike Tracker” – junto de mais de 170 entidades, organizações e instituições portuguesas, encorajando à participação pública no mapeamento da destruição provocada pelos bombardeamentos da coligação militar liderada pelos Estados Unidos da América sobre aquela cidade da Síria, a partir da análise de perícia de imagens de satélite.
A organização de direitos humanos visa, desta forma, usar a Internet e a colaboração em rede digital para chegar à verdade e pôr a descoberto violações de direitos humanos, considerando Portugal como um hub tecnológico de enorme potencial para estas iniciativas chegarem a milhares de pessoas para quem a participação de cidadania se estende ao espaço virtual. A Amnistia Internacional Portugal chamou já a participar neste novo projecto de decoders 148 instituições de educação na área da tecnologia e informática, 16 escolas especializadas no ensino de codificação e programação, seis startups e cinco grupos de nómadas digitais.
Esta iniciativa começou em Novembro decorrerá até 21 de Dezembro. Os dados recolhidos pelos milhares de activistas digitais participantes em todo o mundo serão compilados e publicados em Fevereiro de 2019 numa plataforma interactiva.
Activistas digitais no mundo inteiro de olhos postos em Raqqa
São milhares de activistas digitais que, no mundo inteiro, estão a participar neste novo projecto inovador de recolha de dados lançado pela Amnistia Internacional, em que são analisadas imagens de satélite para ajudar a identificar como os bombardeamentos da coligação militar liderada pelos EUA destruíram quase 80% de Raqqa.
Mapear bombardeamentos
O “Strike Tracker” constitui a nova fase de investigação profunda da Amnistia Internacional, desenvolvida em parceira com o Airwars, sobre a chocante escala de perda de vidas de civis que resultaram dos bombardeamentos feitos, ao longo de quatro meses, pelos EUA, Reino Unido e França, com o propósito de expulsar daquela cidade o grupo armado autoproclamado Estado Islâmico.
O trabalho de investigação no terreno e análise realizado pela Amnistia Internacional após as batalhas terem terminado, em Outubro de 2017, trouxe à luz provas convincentes de aparentes violações da lei humanitária internacional (as leis da guerra) por parte da coligação liderada pelos EUA. E fizeram com que a coligação revisse as suas estatísticas sobre as mortes de civis, de 23 para mais de 100 – um aumento de 300%.
Com milhares de ‘Strike Trackers’ a trabalharem neste caso, ajudando-nos a identificar exactamente quando e onde os ataques aéreos e de artilharia da coligação destruíram edifícios, conseguiremos aumentar de forma significativa a nossa capacidade de mapear a destruição apocalíptica que foi feita em Raqqa.”
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