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Domingo, Dezembro 22, 2024

Minha Casa Minha Vida: Haddad quer entregar 500 mil casas por ano

Petista visitou Cohab Raposo Tavares, na zona oeste paulistana. Disse que vai priorizar coletivos de cultura das periferias. E voltou a mencionar despreparo de Bolsonaro para o debate.O candidato a presidente da República pelo PT, Fernando Haddad, afirmou sábado  (13) que a negativa do adversário Jair Bolsonaro (PSL) e participar de debate se deve à inexistência de projetos para o Brasil e o classificou como pior deputado do Brasil. “Quem não tem propostas concretas não tem como debater, então foge”, disse a jornalistas ao visitar o conjunto Promorar, na Cohab Raposo Tavares, zona oeste de São Paulo.

O ex-prefeito promoveu em sua gestão obras de revitalização da comunidade, onde moradores relatam ter sido um “lixão” no passado – antes de ser destinado a construção de moradia popular por meio de mutirões na gestão da ex-prefeita Luiza Erundina (1989-1992). Questionado sobre políticas para as periferias, Haddad se comprometeu a retomar o Programa Minha Casa, Minha Vida, com a entrega de 500 mil unidades por ano.

“O programa Minha Casa Minha Vida transformou a vida de milhões de pessoas e agora está parado. Nossa primeira providência é fixar uma meta de 500 mil unidades habitacionais por ano, no mínimo”, disse, prometendo mudanças no atual modelo. Vamos pegar terras públicas das grandes cidades, bem localizadas. Uma das críticas o programa recebeu é que as casas, em geral, eram construídas um pouco afastadas dos grandes centros urbanos, onde está o emprego.”

Recepcionado por integrantes de movimentos culturais atuantes nos bairros mais afastados dos grandes centros, o candidato do PT disse que pretende repetir o que fez em sua gestão na prefeitura de São Paulo, priorizando o fomento de coletivos de cultura das periferias. Hoje você vê aqui em São Paulo a periferia é a que mais produz cultura e nem sempre recebe apoio público. Então, uma parte do orçamento voltado para produção cultural vai ser destinado para coletivos de periferia, inclusive parte da Lei Rouanet.”

Sobre a “autocrítica” usualmente cobrada ao PT, novamente levantada por jornalistas, Haddad disse ter havido falhas no controle interno de estatais. “Diretores ficaram soltos para promover corrupção e se enriquecer pessoalmente”, pontuou. Ele disse ainda dirigentes devem ser julgados, desde que garantido o direito de ampla defesa, e “se concluir que alguém enriqueceu tem que ir pra cadeia”.

Projetos

O presidenciável petista voltou a cobrar enfaticamente a presença de Jair Bolsonaro (PSL) nos debates televisivos. “Eu lamento, porque alguém que queira presidir o país tem que apresentar um projeto para o país. Tem que passar pelo crivo do debate, do contraditório, inclusive para esclarecer o que ele vem dizendo para pleitear a Presidência da República”, disse.

Haddad se dirigiu à estudante de Serviço Social na PUC São Paulo Regiane Nezia da Silva, 39 anos, mãe solteira de três filhos e avó de duas netas, que minutos antes havia agradecido pelas políticas públicas que fizeram diferença na vida nas periferias. “Eu gostaria de pedir desculpas a você pela fala do meu adversário, quando disse filho dele não se casaria com uma mulher negra por ser educado”, disse Haddad.

“Um homem com esse pensamento não tem condições de ser sequer vereador, quando mais presidente da República. Um político que diz uma coisa dessas pode ser classificado como o pior dos 513 deputados no país”, criticou.

O ex-ministro da Educação aproveitou o assunto do acesso à universidade pelos mais pobres para agradecer sua companheira há 30 anos, Ana Estela Haddad, e creditar a ela a criação de um dos mais importantes programas da área. “Estávamos no primeiro governo Lula, ainda na gestão de Tarso Genro na pasta da Educação. Eu era o secretário-executivo do ministério e Ana Estela foi uma das idealizadoras do projeto que culminaria na criação do ProUni.”

O petista agradeceu ainda os votos da comunidade nordestina, disse ter muito orgulho da votação recebida na região e observou que “muitos projetos bem sucedidos nas áreas de segurança pública no Piauí e da saúde no Ceará” poderão, em um eventual governo Haddad, ser compartilhados com estados como São Paulo.

 

Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV (CCSP) / Tornado

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