O auditório do edifício dos Paços do Concelho de Torres Vedras acolheu uma sessão de esclarecimento relacionada com o período de discussão pública relativo à modernização da Linha Ferroviária do Oeste.Curiosamente não esteve presente qualquer representante da Infra-estruturas de Portugal e o projecto foi apresentado pelo presidente da Câmara, Carlos Bernardes, e pelo vereador Hugo Lucas.
Responsável pelo pelouro da Mobilidade na autarquia, Hugo Lucas explicou que o troço da via a intervencionar desenvolve-se entre Meleças e Caldas da Rainha, numa extensão de 87 quilómetros. A obra inclui a electrificação do mesmo, a intervenção nos sistemas de sinalização e telecomunicações e a duplicação dos troços entre os quilómetros 20 a 31 e 38 a 45.
São 106 milhões de euros de investimento financeiro para esta obra, prevendo-se que o respectivo projecto de execução seja concluído este semestre. Segue-se o concurso internacional com um prazo de 12 meses e a execução durante 18 meses.
Após a execução da obra espera-se que o tempo de realização da viagem a partir de Lisboa até às Caldas da Rainha seja reduzido para cerca de metade (50 minutos), estando previsto um aumento do número de comboios diários (de oito para 24), bem como a quase duplicação do número diário de passageiros. Também estranho é o facto de, segundo notícia do jornal Público de 20 de Março, a CP nunca ter sido ouvida na elaboração do projecto, apesar de ser a empresa responsável pelas composições.
Outro aspecto contestado, ainda de acordo com o mesmo artigo do Público, em 1986 já se fazia a viagem entre Caldas da Rainha e Lisboa em 68 minutos, ou seja, vai haver uma redução de apenas 18 minutos. O que aconteceu entretanto é que a Linha do Oeste degradou-se e o percurso passou a demorar quase duas horas, com a agravante de não ser directa até Lisboa, já que tem transbordos em Meleças.
Outra questão muito contestada por autarcas do Oeste é a linha ferroviária continuar a ter o mesmo percurso. A Comunidade Intermunicipal do Oeste e autarcas de todos os partidos defendem o desvio da linha entre a Malveira e Lisboa. Actualmente na Malveira sofre uma viragem até à Linha de Sintra, o que é considerado um desperdício de tempo pela grande volta que se dá para chegar a Lisboa, ao passo que pela auto-estrada é bastante mais directo.