As paisagens de L`Estaque e do monte de Santa Vitória passam a ser o farol que conduz o estilo amadurecido do pintor e que introduz, após o seu desaparecimento, o advento do Cubismo.
As quintas, os caminhos e os campos desertos de figuração humana, pintados de forma pastosa, são absolutamente mais vanguardistas do que a Academia podia suportar.
Ele dava uma solidez aos objectos sem descromatizar ou tornar o desenho menos exuberante. Fazia uma série de pequenas faces, de cores diferenciadas e que nos apontariam a próxima direcção dos planos.
Esta concepção cubisto-prismática que implementava com formas individuais, fá-lo também globalmente, ora na estratégia, ora na táctica.
Era isto o que separava Cézanne do Impressionismo.
Nota da Edição
Paul Cézanne (1839-1906)
Nasce em Aix-en-Provence, onde estuda desenho e fica amigo do escritor Émile Zola. Em 1861 vai estudar pintura em Paris. Lá conhece os artistas Manet, Pissarro, Monet, Renoir e Degas e participa em movimentos contra o academicismo.
Com a morte do pai, em 1886, torna-se independente financeiramente e, dois anos depois, volta a Aix. Convencido de que as formas na natureza seguem os modelos do cilindro, da esfera e do cone, desenvolve uma pintura própria.
Com a série As Banhistas, influencia jovens artistas da época, como Picasso e Matisse, antecipando o cubismo e o fauvismo.
Estilo Artístico (principais características):
- Valorização no uso das cores;
- Inovação no uso da perspectiva;
- Variação entre sombra e luz;
- Composições fora do comum;
- Simplicidade de motivos;
- Uso de formas geométricas (principalmente na fase cubista).
Principais obras
- Retrato de Louis-Auguste Cézanne, o pai do artista (1866)
- Paul Alexis lendo Émile Zola (1870)
- A alameda de Jos de Bouffan (1871)
- A casa do enforcado (1873)
- Auto-retrato com um chapéu de palha (1875)
- O degelo em Fontainebleau (1879)
- A banhista (1885)
- As margens de Marne (1888)
- Os jogadores de Cartas (1895)
- Banhistas (1892)
- Les Grands Baigneuses (1894 1905)
- Maças e laranjas (1895 – 1900)
- Uma velha com um rosário (1895 – 1896)
- Monte Saint-Victoire (1898)
Curiosidade:
Os jogadores de cartas, de Paul Cézanne, foi a pintura mais cara já vendida na história das artes plásticas. Em 2011, a família real do Catar comprou a tela por US$ 250 milhões.