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Domingo, Dezembro 22, 2024

Morre Eunice Paiva, protagonista na luta contra a ditadura

Viúva de Rubens Paiva, político desaparecido em 1971, Eunice tinha 86 anos e deixa cinco filhos.

Símbolo da luta contra a ditadura, Eunice Paiva morreu nesta quinta-feira, 13 de dezembro de 2018, em São Paulo. Ela convivia há 14 anos com alzheimer e tinha 86 anos. Deixa cinco filhos: Marcelo, Veroca, Eliana, Nalu e Babiu.

Eunice teve papel central na busca por informações sobre o paradeiro de Rubens Paiva, ex-deputado desaparecido depois de ser preso, torturado e assassinado pela ditadura militar nos porões do DOI-CODI no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 22 de janeiro de 1971.

Estudou Direito na tradicional universidade Mackenzie, já depois da viuvez. Conciliava a vida de mãe e de pai de cinco filhos com a rotina estudantil. Tornou-se advogada e se engajou em lutas sociais e políticas, como as causas indígenas, nos anos 80 e 90.

Eunice Paiva é uma das personagens do Heroínas dessa História, projeto que o Instituto Vladimir Herzog está realizando para dar visibilidade às trajetórias de mulheres que tiveram seus familiares mortos pelas mãos armadas do Estado e que fizeram de suas vidas uma constante luta por memória, verdade e justiça.

O Instituto Vladimir Herzog lamentou a morte de Eunice e manifesto toda sua solidariedade à família.. “Talvez não por coincidência, Eunice morre no dia em que a promulgação do AI-5 completa 50 anos: um protesto de quem nunca deixou de lutar por um país democrático, mais justo e que garanta o direito a memória e justiça a todos os seus cidadãos”, afirma ma nota do instituto.

Para sempre, em nossos corações

A ex-presidenta Dilma Rousseff se manifestou sobre a morte de Eunice.

de todos as combatentes que denunciaram os assassinatos e abusos cometidos pela ditadura militar, durante os anos de chumbo, a figura de Eunice Paiva é uma daquelas que permanecem para sempre vivas e cheias de força em nossos corações”.

Dilma afirmou ainda que “pela coragem de denunciar o desaparecimento de Rubens Paiva, pela lição de vida em transformar a própria dor num estandarte da liberdade e da defesa dos direitos humanos”.


Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV (com Instituto Wladimir Herzog e de agências) / Tornado


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