O arquitecto Nuno Teotónio Pereira morreu esta Quarta-feira, aos 93 anos.
Com mais de sessenta anos de actividade, o arquitecto tornou-se uma das mais destacadas personalidades da arquitectura, urbanismo e habitação do país, tendo trabalhado no seu atelier com figuras como Gonçalo Byrne e Nuno Portas. Formado na Escola Superior de Belas-Artes, em Lisboa, em 1949, o arquitecto estagiou com Carlos Ramos, um impulsionador da arquitectura moderna portuguesa. O primeiro projecto, a Igreja de Penamacor, ficou concluído quanto Teotónio Pereira tinha 27 anos de idade. Assinou, a par com Bartolomeu Costa Cabral, o Bloco das Águas Livres.
O Edifício “Franjinhas” foi outra das suas obras, em parceria com Nuno Portas. Voltou a assinar o projecto de outra igreja, desta feita a do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, vencedora do Prémio Valmor. Este templo católico, classificado como monumento nacional, é um dos exemplos do trabalho do arquitecto como membro do movimento de renovação da arte religiosa, criado em 1952 e do qual fizeram parte artistas como José Escada, Madalena Cabral ou Eduardo Nery e arquitectos como Nuno Portas, Diogo Lino Pimentel ou Formosinho Sanches.
Nuno Teotónio Pereira recebeu por duas vezes o título de doutor honoris causa: em 2003, pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, e em 2005 pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. Foi ainda distinguido com o Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte em 1985, com o Prémio Nacional de Arquitectura da Fundação Calouste Gulbenkian em 1961 e com a Medalha de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Lisboa em 2010.