O documento será votado pelos seus membros, através do blog do partido, se aprovam ou não as medidas. Entre as principais mudanças, está o fato de que se algum político do M5S for alvo de uma investigação, deverá comunicar imediatamente os líderes da sigla. E o fundador do M5S, Beppe Grillo, tem a função de “dar a palavra final” sobre o caso ao lado do “conselho arbitral”.
Se alguém eleito pelo partido receber um aviso sobre seu comportamento, “não há uma automática avaliação de gravidade” por parte de Grillo ou dos árbitros. Mas, por sua postura de liderança, Grillo terá a possibilidade de avaliar o comportamento e tomar alguma decisão mais séria – como o afastamento ou até mesmo a expulsão da sigla.
O Movimento 5 Estrelas nasceu em 2009 e logo chacoalhou a política italiana, até então polarizada entre a centro-esquerda herdeira do Partido Comunista – hoje representada pelo Partido Democrático (PD), do primeiro-ministro Paolo Gentiloni – e a centro-direita liderada por Silvio Berlusconi.
Com um discurso crítico às legendas tradicionais, o movimento diz ser um “não-partido” e defende a adequação dos salários dos parlamentares à média nacional, o veto a candidaturas a cargos públicos de cidadãos condenados (medida que afeta o próprio Grillo, sentenciado por homicídio culposo em um acidente de carro que matou três amigos) e a “participação direta” dos eleitores via web em debates e processos decisórios – todas as posições importantes tomadas pelo M5S são votadas pelos seus militantes no blog do comediante. Além disso, é contra o euro, embora seja a favor da União Europeia.
No entanto, recentemente, seus membros foram envolvidos em escândalos – como o de assinaturas falsas em diversas cidades – ou a constante crise que ameaça o governo de Virginia Raggi, em Roma, que viu secretários serem presos e/ou investigados por fraudes e corrupção.
Texto original em português do Brasil