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Domingo, Novembro 3, 2024

Mujica: “Todos no Uruguai defendiam Macri. Agora ninguém é macrista”

O ex-presidente do Uruguai, José “Pepe” Mujica, afirmou nesta segunda-feira (9) que, diante da atual crise que assola a Argentina, ninguém mais em seu país apoia o presidente Maurício Macri, num cenário de completa reviravolta em relação ao que se via há poucos anos.

Em entrevista à Rádio Destape, da Argentina, Mujica também fez elogios a Alberto Fernández, vencedor das eleições presidenciais primárias do país, realizadas em 11 de agosto.

“Trata-se de um velho conhecido”, disse o líder uruguaio, antes de traçar um cenário pessimista sobre a tarefa que o sucessor de Macri terá pela frente: “É bom dizer que a Argentina precisa eleger, mais do que Fernández, um Mandrake (risos). É um desafio muito grande, mas como não se pode eleger um mago…”.

Confira abaixo alguns dos trechos da entrevista:

Argentina

A princípio, todos no Uruguai defendiam Macri. Agora ninguém é macrista. A crise argentina primeiro empobreceu a Argentina – e isso repercute aqui no Uruguai. É muito grave o que se passou na Argentina. Por outro lado, a história mostra que a Argentina tem um poder de recuperação fantástico. A Argentina já demonstrou mil vezes ter uma capacidade de acabar com fortunas e voltar a ganhá-las.”

Saídas para a crise

A Argentina tem um problema de liquidez rápida. Não deveria brigar, ao menos no começo, com o setor que poderia dar respostas mais rápidas para sair da crise, que é o da agricultura de grãos. Isso é que pode trazer divisas com mais agilidade. Sei que isso pode trazer alguns empecilhos, mas precisamos de etapas em nossas vidas. Nada pode gerar recursos mais rápidos do que a agricultura.”

Alberto Fernández

É um velho conhecido, esteve em minha casa muitas vezes. Tem a vantagem de contar com grande experiência em governos. Mas é bom dizer que a Argentina precisa eleger, mais do que Fernández, um Mandrake (risos). É um desafio muito grande, mas como não se pode eleger um mago…”

Judicialização da política

Há hoje toda uma tecnologia que está instaurada para judicializar a política, para pôr em prática uma perseguição política que está envenenando tudo. Tentam substituir os velhos golpes de Estado por versões mais edulcoradas, mas por outros caminhos. E é bastante lógico que façam isso. Não deveríamos esperar outra coisa. Definitivamente, o capitalismo é o padrasto permanente da corrupção. Ele a implementou, a gera e a maneja. E também criou a ideia de que triunfar é ser rico.


por Fernando Damasceno | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado


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