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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

O que o Mundo exige a António Guterres

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Colaboração do Núcleo de Investigação Nelson Mandela – Estudos do Humanismo e de Reflexão para a Paz (integrado na área de Ciência das Religiões da U.L.H.T.)

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A primeira tem a ver com o que se passou num dos maiores aeroportos da Europa, o aeroporto de Frankfurt, onde foi detetada uma falha de segurança, na sequência da qual o referido espaço foi evacuado e vistoriado (no passado 31 de agosto).

Um passageiro classificado como “suspeito” pelas autoridades após entrar numa área de segurança restrita sem passar pelo controlo obrigatório, terá estado na origem do procedimento.

As lojas do aeroporto foram também obrigadas a fechar.

A polícia alemã obrigou os passageiros a abandonar os terminais A e A+ “de imediato”, após o alerta.

Os arautos do desconforto – que em caso de emergência mais grave teriam chorado da mesma forma – lançaram lágrimas para as redes sociais, usaram os seus telemóveis de última geração, e protestaram contra os atrasos, o incómodo, os incumprimentos de horários, essas coisas que se esquecem quando um atentado terrorista atira para a urna um desses “protestantes”, os tais arautos do desconforto lutadores aguerridos de causas sem sentido.

A polícia federal alemã esvaziou a “área de partida A” como medida preventiva. Depois, a polícia desmentiu que existisse qualquer ameaça de bomba e informou que os passageiros teriam de voltar a fazer o check-in antes de partirem (o atraso terá sido, por isso, de pelo menos três horas em alguns dos voos).

A polícia explicou finalmente que “uma pessoa entrou na área de segurança sem passar pelo controlo devido. A evacuação é uma precaução. Não há ameaça de bomba!”.

Veio depois a saber-se que se tratou de uma passageira que se perdera na rota, ainda em terra.

É isso que se espera, aliás, de uma força policial responsável pela segurança de milhões de pessoas (contando já com os arautos do desconforto e parentes), pela nossa segurança, em suma.

 

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A segunda notícia, que estremeceu poucos corações e motivou escassas opiniões, foi a que nos disse como António Guterres venceu a terceira votação para secretário-geral das Nações Unidas, realizada na passada segunda-feira (29 de agosto) entre os elementos do Conselho de Segurança.

António Guterres sai da mais difícil das experiências, ser o Alto Comissário para os Refugiados – esteve dez anos a falar em nome daqueles que ninguém ouve – para encaminhar-se agora para um patamar de maior e infindável responsabilidade: liderar as Nações Unidas.

A ONU é uma organização intergovernamental criada para promover a cooperação internacional. Foi criada para substituir a considerada ineficiente Liga das Nações e estabelecida em 24 de outubro de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial, “para impedir outro conflito como aquele”. Na fundação, a ONU tinha 51 estados-membros; hoje são 193.

A sua sede está localizada em Manhattan, Nova York, e possui extraterritorialidade, o que significa, em direito internacional, o ser isento da jurisdição da lei local, geralmente como resultado de negociações diplomáticas. A extraterritorialidade também pode ser aplicada a lugares físicos, tais como embaixadas estrangeiras, bases militares de países estrangeiros ou escritórios das Nações Unidas.

Se António Guterres vencer – tudo o indica – terá de dar as mãos ao mundo. A um mundo onde as ameaças são constantes, onde os assassinos se reproduzem cada vez em maior quantidade, onde os arautos do desconforto “parecem fazer as vontades” aos que procuram a segurança de todos.

Guterres terá uma missão de paz. Uma das mais arriscadas missões de paz da Humanidade.

Este artigo respeita o AO90

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