Depois de uma breve ausência, a seção retorna. E volta abusando do talento musical do nosso “maestro soberano” como canta Chico Buarque na linda canção “Paratodos” (1993), onde homenageia seu ídolo. Pela quarta vez um único autor é homenageado na seção.
Isso porque Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o nosso Tom Jobim, morreu em 8 de dezembro de 1994 e em sua memória são destacadas algumas de suas obras. Provavelmente foi Tom Jobim quem mais projetou a música popular brasileira no exterior, principalmente com a bossa nova, que caiu no gosto de grandes músicos no mundo inteiro e agradou em cheio os músicos estadunidenses do jazz. O cantor Frank Sinatra (1915-1998) se encantou pela bossa nova e gravou músicas de Tom Jobim.
No dia 8 de dezembro outro enorme talento da música se foi. O inglês John Lennon foi assassinado nesse dia em 1980, aos 40 anos, mas Lennon já foi homenageado nesta seção em comemoração aos 80 anos que completaria em 9 de outubro.
Para muitos, Tom Jobim sintetizou a bossa nova, esse movimento que revolucionou a música popular brasileira e influenciou tudo o que veio depois. Aprecie sem nenhuma moderação algumas das mais importantes canções do nosso cancioneiro popular e abuse desse enorme talento de nossa cultura. Tom Jobim é a síntese do Brasil da delicadeza. Mas chega de saudade. O negócio é cantar.
Garota de Ipanema (1963), de Tom Jobim e Vinicius de Morares
Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Chega de Saudade (1958), de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; canta João Gilberto
“Vai, minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrerChega de saudade
A realidade é que sem ela não há paz
Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai”
Chovendo na Roseira (1974), de Tom Jobim; Tom canta com Elis Regina
“Olha
Está chovendo na roseira
Que só dá rosa, mas não cheira
A frescura das gotas húmidas
Que é de Luísa, que é de Paulinho, que é de João
Que é de ninguém”
Desafinado (1958), de Newton Mendonça e Tom Jobim
“Se você disser que eu desafino, amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que Deus me deuSe você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural”
Anos Dourados (1986), de Chico Buarque e Tom Jobim
“Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
É desconcertante
Rever o grande amor”
Águas de Março (1972), de Tom Jobim; canta Sandy & Junior
“É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o Sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matinta Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira”
Texto em português do Brasil
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