Poema inédito de Beatriz Aquino
Nada tema
Nada tema.
Tudo segue a contento.
O rio em que pisas há de lamber a dor dos teus passos.
Na outra margem dele,
armas vorazes e também mãos amigas.
Porque é preciso equilíbrio.Não te inquietes.
O vento frio há de soprar pra longe a arrogância dos teus dias ensolarados.
A ausência na noite te ensinará a ternura no próximo toque.Espera,
agora que a relva seca.
Que as árvores não te dão abrigo.
Que os sorrisos se escondem por trás das máscaras.
Tudo é providência para que teu semblante se torne mais ameno.E ao atravessar a ponte dos teus dias, acabrunhado e roto, verás que apesar de curvado e porque não dizer um pouco triste,
a serenidade se apossou gentilmente dos teus ossos.
E é então que aprenderás a cantar para o vento.
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