Qualquer milenar livro sagrado é um óptimo manual de gestão com igual serventia para administrar pessoas, fluxos financeiros, ou quaisquer outros recursos. Todas estas obras são profundas declarações de amor. Igual propósito têm os escritos do monge beneditino Anselm Grun, levando-nos a compreender as exigências de uma prática consciente dos evangelhos cristãos em ambiente empresarial.
Ao pensarmos a família, a empresa, a amizade,…, como um desafio espiritual muitos são os que desconfiam da intenção de quem organiza o empreendimento… Por que isso acontece? Talvez a espiritualidade sadia nos leve ao lado mais sombrio da existência humana. Aos medos e erros sem véus, confrontando-nos com nós próprios e, consequentemente, com a verdade onde nada está escondido. E, isso aterroriza-nos.
Se eu afirmar que as organizações “ devem vender as suas mercadorias ao preço mais baixo, para que Deus seja glorificado em tudo”, muitos dos leitores irão pensar que eu estou a ser imprudente. Porém, quem o disse foi Grun o monge responsável pela gestão financeira da Abadia de Münsterschwarzach, na Alemanha.
Para os cristãos a espiritualidade nas organizações encoraja a “ encontrar tempo para a oração e a meditação, para o silêncio, o recolhimento, a interiorização.” Estas ajudam-nos a resistir ante o emaranhado de emoções e pressões existentes no local de trabalho. Individualmente, ou em grupo, estas tornam-se um óptimo elemento de reconexão entre todos os membros do staff. Mesmo não perfilhando qualquer religião, não poderia estar mais de acordo.
Muitos supõem que só a crença poderá traduzir-se na mais esforçada intimidade, onde “humildade é ter a coragem de ver a verdade.”. A verdade é que aquele “ que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.”. Assim sendo, não será exagerado afirmar que quem não ama não pode ser cristão. Por que seria diferente nas instituições?