Por vezes nos sentimos impotentes diante das próprias limitações, desejamos fazer tanta coisa, de mudar as situações que nos infelicitam e fazem sofrer aqueles que nos rodeiam, mas não logramos sequer dar o primeiro passo. Os problemas do mundo são tantos que temos a impressão que não há nada que possamos fazer considerando a nossa pequenez.
Talvez já tenhamos pensado em desistir do bem e deixar que as coisas sigam ao sabor dos ventos. No entanto, nunca desistamos do bem. Há dias que desejamos ser um grande e um produtivo pomar para atender à fome de muitos. Ante a dificuldade de consegui-lo, tornemo-nos uma árvore frondosa e acolhedora que produza flores e frutos.
Por vezes pensamos em como seria bom em sermos uma fonte cristalina. Não podendo, transformemo-nos num vaso de água fresca e aplaquemos a sede de alguém.
Desejamos ser uma montanha elevada a apresentar horizontes infinitos ao homem que a conseguisse escalar. Diante da impossibilidade, sejamos um degrau humilde para a ascensão de quem ambiciona a glória estelar.
Pretendemos ter um sol no coração a fim de clarear a estrada dos viajantes da noite. Em face do impedimento, acendamos uma lâmpada de esperança no caminho de um desalentado.
Almejamos ser um jardim de bênçãos para o enriquecimento da paisagem dos homens; não o conseguindo, convertamo-nos numa flor abençoando com o nosso perfume a estrada dos desesperados.
Ambicionamos as gemas preciosas do seio generoso da terra a fim de diminuir a dor e a miséria dos caminhantes da aflição. Não as possuindo, distendamos a palavra de renovação como pérolas de inigualável valor, erguendo quem se recusa a levantar para prosseguir na luta.
Pensamos em escrever poemas de engrandecimento à vida, enriquecendo as mentes e os corações com painéis de luzes e sabedoria. Na impossibilidade de fazê-lo, por nos faltarem os requisitos essenciais, escrevamos uma mensagem singela com expressões de amor a quem se encontra na curva da queda e perdeu a confiança na afeição dos outros.
Esperamos a melhoria das criaturas e do mundo. Dececionados por não poder alcançar essa difícil meta, coloquemos no altar dos sentimentos um santuário à fraternidade e ao dever superior.
Não desistamos do bem. Não desfaleçamos no bem. Não duvidemos da vitória do bem. Sejamos uma expressão do bem em triunfo, mesmo convertidos num grão de mostarda, que todavia produzirá estímulos vigorosos para o bem de todos.
Seja qual for a situação, jamais desistamos de fazer o bem. Jamais duvidemos da força do bem porque o mal não tem vida própria. Ele só se insinua quando o bem não está presente. O mal, assim como a sombra, batem em retirada aos primeiros raios de luz. Façamos o bem em toda a parte com as mãos e com o coração, orando e esclarecendo, a fim de que o trabalho da verdade fulgurem em nossos braços como estrelas brilhantes.
Ampliemos as nossas disposições íntimas dirigindo-as para o bem e não nos preocupemos senão com a semeadura de bênçãos pelo caminho.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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