Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Não há vergonha!

Joaquim Jorge, no Porto
Joaquim Jorge, no Porto
Biólogo, Fundador do Clube dos Pensadores

Li uma noticia, em que o Tribunal Constitucional deixou passar o prazo para aplicar coimas, estimadas em 400 mil euros, referentes a irregularidades nas contas de 2009 dos partidos. Em causa estão 24 dirigentes com responsabilidade financeira ficam isentos.

Com esta decisão do Tribunal Constitucional, praticamente todos os partidos se livraram das multas em questão. Em causa estariam milhares de euros em multas. Ainda que o último acórdão não apresente valores explícitos, pela legislação, cada partido poderia pagar entre 4.289 e 171.560 euros — valores relativos às coimas mínima e máxima –, e os dirigentes correriam o risco de desembolsar entre 2.144 e 85.780 euros. Marcelo Rebelo de Sousa vetou à primeira, mas depois aceitou.

Digam lá se não é porreiro ser militante de um partido? E, fazer parte de partidos: associações de cidadãos que pretendem obter o exercício e benefícios do poder? Estes senhores que estão no poder ainda não perceberam que a descredibilização é total. A credibilidade da acção política está pelas ruas da amargura e vale zero. Ninguém acredita em nada e até é repugnante: dizem uma coisa e fazem outra.

O comum do cidadão ao tomar conhecimento desta situação, não sei se dá para rir ou chorar! Qualquer cidadão, que tenha uma multa ou uma dívida a título individual ou colectivo, se não cumprir paga juros ou sujeita-se a uma penhora. Porque é que os partidos não funcionam como todas as outras instituições que têm que cumprir com o seu dever? Porque é que os partidos vivem num mundo à parte? Nós precisamos de ter gente na política livre de preconceitos e maus hábitos de pensar e de agir.

O Tribunal Constitucional que é composto por 13 juízes, sendo 10 designados pela Assembleia da República e 3 cooptados por estes. Por aqui se vê uma certa dependência entre os partidos e o TC. Estou cansado, farto, exausto de tanta roubalheira à descarada e de fazerem de mim totó. Ao menos se não soubesse, não me indignava, aborrecia, enfurecia e me revoltava.

Portugal é um país faz de conta, em tudo, até na sua democracia. O meu filho é que tem razão ao dizer-me para desligar, não vale a pena lutar e nada muda, as coisas cada vez estão piores. A política portuguesa não é digna de confiança e os jovens têm razão é melhor não votar.

O país precisa de uma redefinição ética, cívica e moral, acabar, de uma vez por todas, com os privilégios e excepções dos políticos.

 

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -