Dele apenas folheei textos e uma das suas biografias. Fascina-me a vida dos autores. Tantas vezes por medo de me decepcionar com a sua escrita resisti à leitura de muitas obras. Paulo Coelho é o mais paradigmático desses casos.
Na verdade, quando me perguntam se li a obra tal ou tal de Paulo Coelho costumo responder por graça “ não li e não gostei ”, para logo de seguida esclarecer a propósito das minhas escolhas e , é claro, das minhas crenças, dos limites dos meus preconceitos.
Não li …
Mas, estudei a sua obra maior através da leitura analítica e crítica de “O Alquimista”[1] . Refiro-me à desconstrução das ideias, certezas e representações do universo mágico-religioso de Paulo Coelho, um dos mais lidos, se não o mais lido, entre os autores universais.
Em “Paulo Coelho, O Alquimista, Uma leitura analítica e crítica” pode ler-se, “Há como que uma modernização da magia, com objectivos essencialmente económicos e hedonísticos. A essência profunda da literatura coelhista não é o seu conteúdo místico, mas o seu carácter trivial.”. Logo a seguir Maria M. Oliveira refere “ os romances do autor são simples e directos, de leitura rápida e fácil compreensão, destinados a um vasto público – preferencialmente jovem , mas não só – alfabetizado sim, mas não habituado a ler literatura.”. Textos “entrecortadas por breves narrativas, que se concluem na sua própria esfera de acção, assemelhando-se esta dinâmica à técnica da telenovela .”.
Se depois de ler esta visão analítica e crítica de ”O Alquimista” irei reler o Paulo Coelho que nunca li? Dificilmente…
[1] Paulo Coelho, “O Alquimista, Uma leitura analítica e crítica”. Maria Manuel Oliveira . Editora Pergaminho