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João de Sousa

Sexta-feira, Novembro 1, 2024

Nas calmas até França

Selecção a caminho do Europeu de 2016, em França
Selecção a caminho do Europeu de 2016

A Selecção de Portugal já não precisa de fazer contas. Na campanha a caminho do Europeu de Futebol do próximo ano, alcançou o primeiro lugar do seu grupo.

Desta feita, a Selecção de Portugal deixou a calculadora na gaveta e garantiu o apuramento para uma fase final sem grande turbulência, com resultados magros, mas justos e seguros. Corta a meta em primeiro, deixando para trás adversários aflitos para encontrarem o caminho para o Euro de França, onde Portugal já mora.

Mas afinal a coisa até começou mal, com uma histórica derrota em casa com o “outsider” Albânia, que mostrou atributos, confirmados ao longo da prova, para deixar de ser definitivamente um dos habituais “bombos da festa” do futebol europeu.  E foi este atrevimento albanês que ditou história na selecção portuguesa, com Paulo Bento a ver-se obrigado a abandonar o cargo de seleccionador. Desde logo o nome de Fernando Santos surgiu como um consensual sucessor de Bento. Havia o senão do engenheiro, então seleccionador da Grécia, ter sido fortemente castigado com jogos de suspensão numa, aparentemente inocente, troca de palavras com um árbitro, no Mundial do Brasil.

Mas a Federação em boa hora confirmou a contratação de Fernando Santos, que encontrou no “low profile” mas na grande competência de Ilídio Santos o homem certo para seu adjunto técnico. À frente da selecção de Sub 20, Iídio levou os jovens lusos à final do Mundial da categoria. Com Fernando Santos e Ilídio Vale estava garantida uma dupla capaz de fazer a renovação da selecção, mas também de impor um jogo pragmático com jogadores mais velhos e muito experientes. Santos apagou as quezílias (tão ao gosto do seleccionador anterior) que tinham afastado alguns jogadores do grupo e trouxe de volta a classe e experiência de, sobretudo, Ricardo Carvalho e Tiago.

A partir daí, em jogos oficiais, o percurso foi imaculado, somando vitórias, num caminho seguro até França. Com vitórias apertadas (o 1-0 foi regra), sem um futebol de encher os olhos, é certo, mas também de forma sábia, pragmática, acrescentando ao génio de Cristiano Ronaldo a generosidade de um grupo unido à volta do mesmo desejo de vitória. Faltará ainda a este grupo um ponta-de-lança de veia goleadora, mas o rigor defensivo tem prevalecido e poucos golos acabariam por valer outras tantas vitórias. Novos valores chamados à Selecção, como Bernardo Silva, Rúben Neves, Danilo e Nelson Semedo, confirmam que o caminho traçado para França pode ser o caminho certo para o futuro. E o futuro imediato é o sonho de trazer “o caneco” de Paris…

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