Quinzenal
Director

Independente
João de Sousa

Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

Natal

Maria do Céu Pires
Maria do Céu Pires
Doutorada em Filosofia. Professora.

O nascimento de Jesus

Assim, a Igreja católica incorporou nos seus cultos as antigas tradições de cultos pagãos, cristianizando-os.

Todos eles remetem para as celebrações do solstício de inverno que tiveram uma importância decisiva nas culturas antigas como celebração do renascimento do sol. O fim do ano agrícola e religioso e as expectativas quanto às próximas colheitas marcam uma forte representatividade simbólica destas festividades, também associadas à fecundidade e, portanto, ao nascimento.

Estes elementos estão presentes na mitologia nórdica e, de uma forma muito evidente na Saturnália, festividade romana em homenagem ao deus Saturno e outras divindades ligadas ao Sol.

A Saturnália incluía grandes banquetes e sacrifícios ao deus, visitas a amigos, troca de presentes e também a subversão da ordem social: durante os dias de festa todos os seres humanos, escravos e cidadãos ficavam em igualdade. De salientar também a tradição dos madeiros, grandes fogueiras acesas no centro da aldeia e, posteriormente, no adro da igreja. Tendo o fogo várias significações, uma delas é a sua ligação ao lar e, portanto, à família e às crianças.

Incorporando todos estes ingredientes, particularmente o que se refere à ideia de nascimento, a mais revolucionária de todas, o Natal cristão acrescentará outros elementos bem significativos de uma nova mensagem. Destaco alguns: a universalidade do amor e da solidariedade, a humildade e a esperança. Onde poderá haver mais força e beleza do que nesta imagem de um deus tornado humano/menino e que nasce entre pastores? Não conheço maior lição de humildade do que esta! E nela, tudo está condensado: partilhamos uma comum pertença, a da humanidade, e uma esperança, a da estrela que ilumina corações.

Assim é tempo de lembrar que este tempo não é de andorinhas mas de pastores! Não é de cinismo político, vazio cultural e arrogância, não é de desigualdade mas de igualdade! É o tempo de lembrar que é preciso nascer de novo. Que é urgente voltar à gruta de Belém e entender a sua mensagem!

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

Artigo anterior
Próximo artigo
- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -