Soneto de Carlos Eduardo da Cruz Luna
Natal do sol que renasce
É Natal, e nem sei bem o que diga,
nem mesmo se realmente quero,
explicar-me, pois, mesmo qu’ o consiga,
talvez não seja claro como ‘spero.
Sei ser uma festa já bem antiga,
mas momentos há que que desespero,
pois, s’ em muitos vej’ uma car’ amiga,
noutros vejo um ar bem pouco sincero!
Criado de noite em que cresc’ o dia,
o Natal de tantos mitos se dotou,
que poucos sabem bem o qu’ ocorria!
Mais duma religião p’ra si tomou
a festa que tão somente dizia:
“Olhem com fé, qu’o Sol a crescer voltou”!