Últimos ataques feitos pelo presidente dos EUA contra congressistas do partido democrata, nos quais chamou-as de “não americanas” durante um comício na Carolina do Norte, reacendeu o temor do avanço do neofascismo no país.
Os últimos ataques feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra congressistas do partido democrata, nos quais chamou-as de “não americanas” durante um comício na Carolina do Norte, nesta quarta-feira (17), reacendeu o temor do avanço do neofascismo no país. Enquanto Trump atacava a deputada Ilhan Omar, a multidão entoou gritos de “mande-a de volta”, em referência ao fato da parlamentar ter nascido na Somália e ter se tornado cidadã americana em 2000.
Os ataques de Trump, que tenta a reeleição, porém, se estenderam a outros legisladores democratas. No Twitter, Trump já havia incitado o ódio ao afirmar que Rashida Tlaib, Alexandria Ocasio-Cortez e Ayanna Pressley, além de Ilhan eram “prototerroristas terrivelmente anti-Israel, anti-EUA”, além de as descrever como comunistas”.
“Se você odeia este país ou se não está feliz aqui, pode sair!”, emendou. As parlamentares Ocasio-Cortez de ascendência porto-riquenha; Tlaib, palestina; e Pressley, afro-americana; fazem parte de um grupo crítico ao governo Trump conhecido como o “esquadrão”.
A ofensiva contra os imigrantes e opositores vem sendo elaborada por uma equipe de estrategistas, que têm à frente Stephen Miller, um ativista de extrema-direita que atua como assessor sênior de Donald Trump. Os argumentos comumente utilizados costumam ser empregados por grupos fascistas e de extrema direita, visando criminalizar a oposição e colocar a opinião pública contra o pensamento crítico, além de criminalizar a liberdade de expressão.
Este conjunto de ideias foi empregado por teóricos do nazismo, como o jurista Carl Schmitt, que desenvolveu a teoria de um “estado de exceção” visando justificar o totalitarismo nazista.
As agressões com tendências neofascistas levaram Shaun King, colunista do The Intercept, a qualificar, no Twitter, o momento como “um dos momentos mais racistas na história política americana moderna”
“Este é um dos momentos mais racistas na história política americana moderna. Quando Trump começou a atacar minha amiga congressista Ilhan Omar, a multidão começou a cantar “ENVIE-A, ENVIE-A DE VOLTA”. É totalmente desprezível e perigoso. Estamos aqui. Estamos naquele tempo. FEIO”, postou.
Confira o Twitter de Shaun King sobre o assunto.
I am having to fight back the tears I am so angry.
Between the denial of justice for the family of Eric Garner and this openly bigoted attack, my own heart is on the edge.
This is not just a chant. These aren’t just words – to be easily dismissed or ignored.
They mean us harm. https://t.co/eKDtIYxIPA
— Shaun King (@shaunking) July 18, 2019
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Brasil247 / Tornado
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