Nicolas Hulot, agora ex-ministro do Meio Ambiente, anunciou nessa terça-feira (28) sua demissão pela rádio France Inter. O motivo, segundo ele, foi a falta de avanços suficientes na área do meio ambiente.Hulot é muito popular na França, tendo sido ativista pelo meio ambiente por trinta anos. Sua demissão pela rádio coloca mais em xeque o governo de Emmanuel Macron, uma vez que o ambientalista era uma das “estrelas” do gabinete.
Após tomar a decisão de deixar o governo, Hulat ainda se justificou se sentir “muito sozinho” nos temas de meio ambiente no Executivo, diante de um “acúmulo de decepções” em relação a medidas de combate às mudanças climáticas. “Vou tomar a decisão mais difícil da minha vida, não quero mentir para mim, não quero dar a ilusão de que minha presença no governo significa que estamos à altura do desafio”, declarou.
Vamos dando pequenos passos e a França faz muito mais que outros países, mas os pequenos passos são suficientes? A resposta é não”.
Eu tenho um pouco de influência, mas não tenho poder nem meios.”
Após a eleição em maio de 2017, a entrada de Hulot no gabinete de Macron despertou para muitos esperanças quanto à questão ambiental. Cortejado durante muito tempo por políticos, o ativista de caráter reservado, que resistiu durante muito tempo a assumir cargos em governos anteriores, já havia alertado que se daria prazo de um ano para avaliar sua utilidade no governo.
As diferenças entre Hulot e o governo ficaram claras nos últimos meses. Ele ficou desapontado quando o governo retrocedeu em relação à meta de reduzir a dependência da energia nuclear em 50% até 2025, por exemplo.
Sua demissão, nesse momento, é um golpe para a administração Macron, em um momento em que esta já mostra suas fraquezas.
Macron se comprometeu a fazer da França um líder global em soluções climáticas após o Acordo de Paris de 2015. Durante sua campanha presidencial, prometeu implementar políticas ambientais ambiciosas, mas Hulot sugeriu que o governo tem falado mais do que executado medidas ambientais, iludindo os eleitores.
A popularidade de Macron já está em queda, sendo que seu governo tem pouco mais de um ano, segundo as pesquisas. Em abril e maio ocorreram grandes manifestações contra o presidente e suas propostas, que visam a privatização, abertura para o mercado e a flexibilização do trabalho.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado
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