Uma vitória no referendo às reformas constitucionais propostas pelo primeiro-ministro Renzi – pouco provável mas não impossível no momento em que escrevo – daria novo fôlego ao líder italiano e afastaria no imediato as ameaças ao Euro colocadas pela oposição, mas ao facilitar a formação de maiorias absolutas parlamentares com maiorias muito relativas de votos poderia paradoxalmente abrir o caminho a forças extremistas.
A sua derrota abre todo um campo de possibilidades e não necessariamente as desejadas pela oposição, pelo que não será tão cedo que a situação política italiana se irá clarificar.
Na análise oficial dos resultados das eleições europeias de 2014 o Conselho sentenciou então que, à parte fenómenos isolados provocados por situações específicas nacionais, os europeus tinham dado a sua aprovação à gestão europeia.
Se persistirem agora numa lógica de autossatisfação, estarão a preparar desagradáveis surpresas a prazo.