As jornadas parlamentares do Partido Socialista trouxeram ao de cima uma questiúncula interna em que interesses opostos se movimentam e digladiam.
Algo que é comum no seio de qualquer organização tenha ela o figurino que tiver e pugne pelo objetivo que pugnar.
Nesta contenda Carlos César puxou os cordéis para uma aspiração da ala direita do Partido Socialista que é a de um entendimento de regime conservador, preferencialmente com o PSD.
Pedro Nuno dos Santos agilizou o respeito devido aos parceiros da Legislatura, Verdes/PCP/BE, colocando a tónica de um entendimento para durar mas que, de facto, fica em espera.
António Costa, não se compromete e aposta num objetivo eleitoral: a maioria absoluta. Embora reconheça que: “valeu a pena.”
No meio de tudo isto a batalha por uma Lei de Bases da Saúde ficou minada por interesses antigos e contornos dúbios em que nem tudo ficou esclarecido. Talvez, para adorno de contexto, a alusão a uma dedicatória num livro sobre dez anos de PPE que finda: “até já “; seja oportuna. Coisa estranha mas que, por ventura, quererá dizer em duas palavras o que esteve em causa na discussão do diploma citado… “até já.”
Considerando aparte reportemos ao que importa para o futuro do País mas, também, do Partido Socialista. Até aqui, nada de novo nem de especial se… aquilo que estivesse em causa, não fosse a vida das pessoas, a sua qualidade e futuro.
A questão política, é por isso, de vital importância:
- C. César quer um acordo de regime em torno de um modelo do centro direita;
- P. Nuno quer manter pacto de regime com a esquerda;
- A. Costa quer ganhar as eleições;
Assim sendo, a defesa de uma maioria absoluta é uma tese perfeitamente plausível em processo de mobilização preparatório de campanha eleitoral. É um objetivo estratégico tal qual o é o de distanciamento político dos restantes partidos em disputa eletiva para a Assembleia da República. Enquanto que, delinear entendimento político partidário, no atual contexto, depois de uma abstenção para as eleições europeias a rondar os setenta por cento, possa parecer um absurdo.
Se ao C. César e P. Nuno é perfeitamente admissível que manifestem as suas opções políticas e até ideológicas, num partido político plural, ao seu secretário – geral não é, nem sociologicamente, nem politicamente, aceitável. Uma vez que compromete toda a estrutura partidária, perante o cidadão.
Não se deve por isso misturar objetivos políticos com realidades políticas porque se trata de um erro de palmatória de todos aqueles que não sabem negociar soluções de futuro promissoras, por motivos óbvios, que se prendem com conjunturas passadas em que as condições sociais e políticas eram profundamente diferentes.
Embora, para vender jornais e espaço publicitário, à manipulação da opinião feita por jornaleiros, tudo seja possível num universo de cenários possíveis e imaginários.
Ao escrito acresce um facto incontornável:
- O PSD só cresce se o PS claudicar.
- E, se claudicar dificilmente conseguirá recuperar. Se o conseguir.
Fica assim a nota de que, em termos eleitorais e de crédito político, o Partido Socialista e o povo Português tem tudo a ganhar com a esquerda e tudo a perder com a direita!
A questão ideológica é outro assunto mesmo sendo, o cerne do assunto.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
Receba a nossa newsletter
Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.