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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Norma Rae: Trabalho, Sindicalização e Luta nos EUA

Carolina Maria Ruy, em São Paulo
Carolina Maria Ruy, em São Paulo
Pesquisadora, coordenadora do Centro de Memória Sindical e jornalista do site Radio Peão Brasil. Escreveu o livro "O mundo do trabalho no cinema", editou o livro de fotos "Arte de Rua" e, em 2017, a revista sobre os 100 anos da Greve Geral de 1917

Norman Rae: se em alguns filmes o debate sociológico fica subjacente, em outros ele aparece como sua própria linha condutora. A construção do enredo do filme Norma Rae, por exemplo, está cravada no trabalho e na sindicalização em uma indústria de tecidos nos EUA.

Exibido a partir de 1979, época da Guerra Fria, e de grande efervescência nas organizações de esquerda, pode-se imaginar o impacto que o filme  “”Norman Rae causou. A obra se consagrou como um dos clássicos sobre o mundo do trabalho. Sally Field, que vive a personagem que dá nome ao filme, figurou como modelo para militantes de esquerda da época.

O barulho, o pó a sujeira e a tensão

Os primeiros momentos do filme Norman Rae mostram o barulho ensurdecedor das máquinas, o pó que levanta dos tecidos, a sujeira das engrenagens, a tensão, a alienação na linha de produção. Fora da fábrica as relações parecem romper os ditames da sociedade. Aos trinta e um anos Norma Rae tem dois filhos de pais diferentes, é solteira e vive com seus pais.

Neste cenário surge Reuben Warshowsky, um sindicalista judeu e novaiorquino. Apesar de sofrer duplamente o preconceito, por ser sindicalista e judeu, junto com a nova amiga, a rebelde Norma Rae, que logo se engaja na luta sindical, ele consegue ser ouvido pelos trabalhadores, que são convencidos da necessidade do sindicato.

A Ação sindical

O filme Norman Rae cumpre seu papel na exposição das ações sindicais, mas não se aprofunda nos conflitos que marcavam o interior das próprias organizações e mostra os sindicalistas e militantes como salvadores, desprovidos de incertezas. Até mesmo seus erros parecem enaltecê-los. Enquanto Norma Rae veste a carapuça de heroína dos tempos modernos, Reuben não vacila em ditar “verdades e lições”.

Norma Rae é baseado na história real de Crystal Lee Sutton, que liderou uma campanha contra as condições de trabalho oferecidas pela J.P. Stevens Mill.

Norma Rae (Norma Rae)
EUA, 1979
Direção: Martin Ritt
Elenco: Sally Field, Beau Bridges, Ron Leibman, Pat Hingle

O filme recebeu os seguintes prêmios:

Cannes Film Festival
1979 | 2 vitórias, incluindo: Best Actress

Academy Awards
1980 | 2 vitórias, incluindo: Best Actress in a Leading Role
1980 | 2 nomeações, incluindo: Best PictureNational Board of Review
1979 | Vencedor: Best Actress

Writers Guild of America
1980 | Nomeado: Best Drama Adapted from Another Medium (Screen)


Texto em português do Brasil

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