Do SOS Racismo recebemos o seguinte comunicado, que pelo seu interesse publicamos na integra.
“Nota de repúdio aos atos de vandalismo e de incitamento ao ódio racial
À semelhança do que já acontecera em junho e em julho deste ano, em que a sede do SOS Racismo e vários edifícios e espaços públicos foram alvo de ataques racistas e xenófobos, voltamos a assistir ao mesmo contra as instalações das escolas secundarias, Eça de Queiroz e António Damásio, em Lisboa, as Escolas Secundária da Portela Eduardo Gageiro, em Loures, assim como a Universidade Católica Portuguesa, o ISCTE e o Centro de Acolhimento para Refugiados da Bobadela, em Loures.
O SOS Racismo condena e repudia veementemente estes atos de violência e de incitamento ao ódio, manifestando total solidariedade com as entidades visadas.
O que aconteceu não é nenhuma surpresa, pois não se trata de atos isolados, mas sim, de uma atuação em linha com a escalada que a extrema-direita decidiu instalar na disputa política sobre o espaço público, ao usar ameaça, chantagem e terrorismo como forma de atuação política.
O SOS espera que as autoridades mobilizem os meios de investigação necessários para que se possa, rapidamente, identificar e punir os autores materiais, mas também responsabilizar os autores morais destes atos. O escalar e a crispação do debate político e do debate racial não é só da responsabilidade de quem vandaliza edifícios públicos, é também de quem promove o discurso de ódio no nosso país.
A impunidade contra o racismo, a banalização do discurso racista e de incitamento ao ódio no espaço público é uma ameaça à democracia com a qual não podemos compactuar. Infelizmente, a repetição de atos de vandalismo, ameaças e incitamento ao ódio racial e à xenofobia decorre do sentimento de impunidade que grassa na sociedade. Urge, portanto, tomar medidas de combate firme a todas formas de expressão do racismo e da violência que lhes são associadas.
SOS Racismo
30 de Outubro de 2020″
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