Os munícipes estão preocupados com o isolamento das populações do centro da cidade e também para os riscos provocados pela passagem de 6 dezenas de comboios por dia, alguns com 750 metros de comprimento e com matérias perigosas provenientes da refinaria de Sines.
Na última assembleia municipal em Évora, realizada a 31 de Março, a contestação foi bem visível, tendo sido solicitadas audições ao ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques.
Carlos Pinto de Sá, presidente da edilidade eborense, insurgiu-se contra o traçado da referida linha ferroviária no centro da cidade, assim como grande parte dos presentes.
Autarquia e população acham que a passagem desta linha ferroviária no centro de Évora aproveitando o antigo ramal de Estremoz vai provocar o isolamento de vários bairros da cidade (Santa Luzia, Evaristo, Caeiro e zonas peri-urbanas), assim como a eliminação de acessos de outros bairros (25 de Abril e Santo António) à cidade.
José Santos, representante dos moradores da freguesia de Nossa Senhora da Saúde, a mais afectada pelo troço ferroviário, chegou mesmo a afirmar que “há uma falta de transparência neste projecto. É um troço que destrói drasticamente o ordenamento do território”.
A população da cidade de Évora exige e sugere soluções alternativas de traçado na zona urbana de Évora e está já a ser promovida uma petição contra a proposta apresentada pela IP-Infraestruturas de Portugal S.A, gestora da rede ferroviária nacional.
Os opositores do traçado apresentado pela IP, sugerem a alternativa de “reactivação do ramal de Reguengos de Monsaraz, para norte, em ligação à linha antes projectada para o TGV e à futura estação Évora-Norte”.
Os protestos já levaram o Governo a analisar de novo o dossier da futura linha ferroviária entre Sines e Espanha. Esta é uma das obras consideradas prioritárias há vários anos e também pelo actual Governo, deverá estar concluída em 2020, num investimento de 733 milhões de euros.