As bombas largadas por aviões ou lançadas a partir de locais diversos, móveis ou fixos, deflagram ao atingirem alvo indiscriminado indiferentes ao caos generalizado que provocam em todos os sistemas e ecossistemas com intenção clara de matar pessoas e destruir bens onde o enfoque é sempre estrutural.
As pessoas, porque uma guerra é sempre para eliminar pessoas; a sua civilização e o modelo de organização política e social em que assenta por serem os pilares estruturais da sua vida em comunidade. Mas também, arrasar todas as infraestruturas necessárias à vida dessas pessoas como o são:
- As vias de comunicação em todas as suas variáveis;
- A produção e o abastecimento de géneros alimentares;
- A indústria e o emprego que geram mais os produtos que transforma;
- As unidades de tratamento hospitalar, maternidades, lares para idosos e outras estruturas de apoio ao cidadão diferente;
- A habitação;
- As infraestruturas de abastecimento de água, energia, salubridade e outras;
- Eliminar tudo aquilo que permita a sobrevivência e dessa forma executar a tarefa para que uma bomba é concebida;
Como é obvio há os danos diretos e indiretos impactantes:
- Danos que nunca serão reparados: a morte de pessoas; crianças, jovens, idosos e demais cidadãos civis e militares;
- Outros danos que levarão gerações a serem reconstruídos: a identidade de uma nação;
- E os restantes danos que o interesse financeiro e a necessidade das pessoas se encarregarão de reconstruir ao sabor das condicionantes políticas internacionais que ditam as regras de um jogo sempre assente em pressupostos de interesses individuais agrupados em interesses de carteis para o efeito devidamente acautelados de forma organizada.
A Ucrânia está a ferro e fogo sem que o mundo saiba com rigor.
– Porquê?!
Aquilo que conseguimos descortinar através da informação a que temos acesso é de que está em curso um processo da dizimação total de um povo com identidade Histórica Civilizacional, sem qualquer explicação plausível à luz da razão, e muito menos do discernimento Humano, em sede aquilo que é tido pelas sociedades civilizadas como sendo do senso comum: o direito à vida com dignidade.
Resulta assim uma sensação coletiva de impotência perante toda esta teia que foi tecida ao longo da Historia contemporânea em torno dos invasores; dos invadidos; mas também, de todos aqueles que assistem com maior ou menor conforto expectante, na justa medida em que há uma consciência coletiva de que todas as consequências deste esboroar civilizacional serão transversais, à escala global, para toda a Humanidade e o seu habitat.
Sendo que, o conflito, tenha ele a dimensão que tiver, nunca é nem será um meio válido para conduzir quem quer seja a uma qualquer plataforma de entendimento entre as partes beligerantes.
E, como é costume, serão sempre as pessoas mais vulneráveis e indefesas a pagar o preço, sempre demasiado elevado, que uma qualquer alteração circunstancial ou de conjuntura, estratégica ou outra, em que a guerra é a via, provoca na economia familiar e na economia coletiva global devastando todo os micro e macro sistemas de circulação de rodos os bens que asseguram a vida das pessoas.
A espiral de pobreza alargará a sua influência de crescimento até aos círculos do poder acantonados na arrecadação da riqueza criada pelas populações que ao debandarem deixam vazia e sem sentido toda a arquitetura social assente na “exploração do Homem pelo Homem”, segundo um conceito filosófico caraterizador das dinâmicas sociais de organização da vida Humana, dando lugar ao crescimento do crime organizado e ao caos generalizado sem regras e sem valores morais de sustentação ou de equilíbrio social.
Hoje, na Ucrânia, e em outros locais do mundo, há pessoas a pagar com a vida; a saúde; a incerteza; e outras atrocidades; o preço da irracionalidade de um poder exacerbado que não olha a meios para atingir os fins.
Mas também há os demais a pagar com a única coisa de que dispõe: a sua capacidade de trabalho assalariado; por conta própria; ou agente económico ativo.
Ou seja: O desequilíbrio social “floresce” ao sabor de uns, em prejuízo de todos, porque o patamar da sustentabilidade Humana e ambiental está a exigir da classe política as respostas sociais consentâneas para que assegurem a continuidade do desenvolvimento Humano necessário.
Nessa senda, e para a sobrevivência da espécie Humana e outras, é urgente acabar com todos os focos de instabilidade social e política, guerra e outros, porque as consequências inerentes serão dantescas e não pouparão ninguém. Inclusive, os carrascos.
Sobrará a tristeza coletiva e a revolta de todos os intervenientes para memória futura onde as marcas dos atos julgarão na “batalha” intracultural cada um, e de forma nefasta toda a comunidade envolvente.
… Se o resultado final não for; FIM!
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90