E, está visto, o problema do Vara não é ele, é o nome dele, melhor, o seu significado…
No Claro, há muitos anos que identificámos, tipificámos e definimos aquilo que chamámos de “complexo neo-corporativo e salazarento”, de que o caso CGD é apenas um episódio… Mas nunca nos lembrámos de lhe chamar uma “vara de porcos”. Mas que lhes fica bem, lá isso fica. Pobre Vara, mude de nome para evitar mais confusões.
Em Maio de 2009, escrevia-se sobre um tema que vale a pena revisitar:
O complexo Neo-Corporativo e Salazarento
Várias têm sido as interpelações para explicar o que se quer dizer quando, desde há vários anos, aqui no Claro se fala do “complexo”. Por isso, nada melhor que repostar alguns textos, aqui publicados ao longo dos últimos anos, sobre a essência do monstro:
Como há muito se escreve aqui no CLARO, este complexo neo-corporativo e salazarento é uma economia privada mas anti-mercado, que foge, aliás, do mercado como o diabo da cruz (nem que para isso tenha de invocar a “doutrina social da igreja contra o capitalismo”; que faz os seus negócios privados com os dinheiros públicos, mesmo se tal passa pela “sedução” e manipulação de agentes e de dirigentes da instância política e do aparelho burocrático do Estado; que prospera nas “rendas” de situações neo-corporativas e salazarentas e nos bens e serviços “não-transacionáveis” – como os “reinos” do betão e da banca; uma “economia” que se consolidou como o principal factor de bloqueio do desenvolvimento económico e que nos asfixia – porque ao País, depois de pagar os custos deste “complexo”, não resta já o necessário – nem em recursos financeiros e nem em inteligência – para investir no desenvolvimento, ou seja, na segurança e bem-estar dos Portugueses .…