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João de Sousa

Terça-feira, Dezembro 24, 2024

O capitalismo é uma falácia!

Há prosaicos discursatas que tem do capitalismo a visão de um modelo social necessário para a evolução das civilizações ao ponto de o apontarem como sendo o único vetor da História que de forma consistente permitiu à Humanidade chegar ao seu atual estádio de desenvolvimento.

A dúvida que a Humanidade coloca a tão inflamadas discursatas é a de que, se: sem o trabalho primário, garante da vida em geral; do equilíbrio ambiental; da sustentabilidade dos ecossistemas; e da articulação entre as necessidades básicas e todas as outras necessidades acrescidas pelos diversos estádios civilizacionais porque já passou, teria conseguido chegar até aos dias de hoje no atual estádio civilizacional?

Obviamente, não!

Até porque, a condição primeira de qualquer ser vivo é desbravar caminho em busca de alimento, por conta e risco, numa senda que tem um ciclo de vida até que se transforme.

O primeiro “pecado capital” desta corrente do pensamento é o de, não raramente, confundir investimento com circulação de moeda/objeto/meio de troca, vulgo dinheiro, usado para a simples troca de bens como sendo a base do capitalismo e, por isso, o seu primeiro ativo: o capital.

O segundo “pecado capital” é o de considerarem ser o trabalho, tenha ele a caraterização que tiver: primário, secundário, terciário ou outro, despesa. Passivo.

Sobra o resultado líquido de um exercício simples entre ativo e passivo cuja origem está invertida à nascença. Porque, o efetivo capital é o trabalho: ativo. E, o meio de troca: moeda/capital: passivo

Esqueceram os ideólogos de ocasião discursiva, o percurso dos Homens desde a Pré-História à História escrita para que conste e não se perca a memória.

Desde a troca simples de bem por bem, o que ainda hoje acontece em algumas civilizações e organizações sociais marginais ao modelo instituído, ao mercantilismo antigo onde mercadejadores atribuíam valor em espécie para a troca de mercadorias até à utilização de um utensílio que facilitasse a vida aos mercadores emergentes que vieram mudar a relação comercial tribal ao instituir um novo modo de mercadejar: o uso de um artefacto de mais fácil transporte. A moeda cunhada derivada de uma crença sobre o poder dos metais oriunda da civilização Babilónica antiga, que existiu no século XVIII ao século VI a.C., a cerca de cem quilómetros de Bagdade capital do Iraque e no tempo o expoente da civilização e principal mercado geoestratégico civilizacional.

A cunhagem de moeda em metal surge assim como motivo de crença e não a de uma orientação política sobre modelo económico.

É o mercadejar que revoluciona o conceito da interação entre tribos de locais diferentes com usos e costumes também diferentes e cultos vários. O mercador, mercadejando, interage levando novas de uns lados para os outros. Foram eles os pioneiros da notícia e da mensagem, talentosos diplomatas, mentores da aproximação entre chefes tribais e, mediadores de contendas temporais. Entre outros.

O desígnio ideológico modelar de um sistema económico do tipo capitalista é uma falácia por presunção de que o exercício de atividade por iniciativa individual o é para investimento como se esse exercício tivesse algo a ver com o principio factual da arrecadação de mais valias sobre resultados líquidos apurados como forma de vida num determinado modelo económico onde quem arrecada, em regra, não tem qualquer intervenção ativa no circuito gerador dessa mais valia.

O capital é um meio interventivo e nunca um bem ativo. Rege-se por participação de poder meramente burocrático de reserva onde a verdadeira moeda é o crédito.

A mais valia é o valor acrescentado remanescente de um puzzle interativo entre os diversos agentes económicos desde as jazidas das matérias primas: a sua extração, transformação, armazenamento e comercialização; o setor dos serviços implícitos; a cultura nas suas diversas valências de transição geracional mas também de entretenimento; o conhecimento enquanto forma estruturante do saber de uma sociedade; entre outros.

É a posse dos recursos naturais e da sua cadeia distributiva que dita o modelo económico implantado por poder imposto ao longo dos séculos.

A moeda é um meio de poder dos Governos sobre as suas populações sem qualquer suporte que não seja o de se impor em consonância com as regras Legais elaboradas em vigor.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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