Erguido em agosto de 1961, o muro de Berlim, que dividia a cidade alemã em duas, foi o maior símbolo da Guerra Fria, que separou o mundo em dois blocos: os aliados dos Estados Unidos e os países sob influência da União Soviética.
Com a decadência do lado soviético na década de 80, o muro caiu, em 9 de novembro de 1989. Era o fim da Guerra Fria.
Junto com ele, começava a ser demolido o edifício do comunismo europeu
5h10 – Demissão coletiva
Erich Honecker / Foto: Reprodução
Os jornais berlinenses circulam pela cidade dividida. As principais notícias se referem à demissão coletiva de membros da cúpula do poder comunista, entre eles o ex-primeiro-ministro Willi Stoph, no dia 7 de novembro. Em 18 de outubro, o antigo chefe de Estado da Alemanha Oriental e ícone de resistência à abertura política, Erich Honecker, já havia renunciado.
8h – Tensão pela manhã
Muro de Berlim em frente ao Portão de Brandemburgo / Foto: Wikimedia Commons
A Alemanha comunista amanhece tensa, na expectativa do reflexo das demissões e da pressão da população. Cerca de 60 mil pessoas já haviam fugido para países do Ocidente, sobretudo para a Alemanha Ocidental, pela Hungria, desde a abertura das fronteiras do país vizinho, em setembro.
19h – Passe livre
Gunther Schabowski durante o anunciamento / Foto: Reprodução
Em uma entrevista coletiva, transmitida ao vivo pela emissora de TV alemã-oriental, o antigo porta-voz do partido comunista, o jornalista Günther Schabowski, surpreende a todos e anuncia uma lei que permite aos cidadãos viajar para a Alemanha Ocidental livremente. A lei começava a vigorar, segundo ele, imediatamente. A declaração de Schabowski coloca o governo num beco sem saída e antecipa os planos de abrir as fronteiras. Na verdade, Schabowski havia acabado de chegar de viagem e recebeu a missão de anunciar a lei poucos minutos antes da coletiva. Não estava seguro sobre os detalhes práticos e, pressionado, falou de improviso.
19h10 – Marcha ao muro
Multidão após a abertura dos portões / Foto: Wikimedia Commons
A notícia da abertura da fronteira se espalha rapidamente e a cidade entra em euforia. Depois de 28 anos sem poder passar para o outro lado, as pessoas saem de suas casas para ver de perto a abertura dos portões. Cerca de 1 milhão de cidadãos se reúne no lado oriental da fronteira.
20h – Ruas tomadas
Ruas tomadas pela multidão / Foto: Reprodução
As ruas estão tomadas, sobretudo o centro de Berlim, com 500 mil pessoas diante do muro. De todo lado chega mais gente, a pé ou a bordo dos Trabants e Watburgs – carros de produção local, únicos que os alemães-orientais podiam adquirir –, de Berlim ou de outras cidades, como Leipzig. O governo ainda não sabe o que fazer.
22h15 – Portas abertas
Pessoas atravessando o portão de Bornholmer Strasse após a sua abertura / Foto: Reprodução
Diante da multidão querendo passar, os policiais abrem os portões. Além dos policiais, havia 20 fiscais em cada posto. O portão de Bornholmer Strasse, no subúrbio, abre primeiro. Depois, o de Brandemburgo, no centro da cidade.
23h – O muro é nosso
Pessoas sobre o muro de Berlim / Foto: Reprodução
O muro está tomado. Alemães-ocidentais e orientais festejam. As pessoas sobem e dançam em cima do muro. Começam a se formar filas de carros para atravessar a fronteira, que chegam a mais de 100 quilômetros. A passagem só é permitida na manhã do dia seguinte, quando mais de 2 milhões de cidadãos do Oriente passam pela fronteira.
23h45 – Picaretada
Alemães destroem o muro / Foto: Reprodução
Alemães tentam destruir o muro com picaretas e outras ferramentas. O gesto é apenas simbólico. Em 13 de junho de 1990, o governo manda 300 soldados, que levam seis meses para derrubar o muro. Em 3 de outubro, o chanceler Helmut Kohl decreta a reunificação da Alemanha.
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado