Joaquim Levy foi praticamente demitido da presidência do BNDES por Bolsonaro, com a grosseria de sempre, por uma razão principal: ele não entregou ao governo a “caixa preta” do BNDES, que até agora não foi encontrada, porque simplesmente não existe.
Depois de ter sido desancado pelo presidente no sábado, dizendo ao país que ele estava “com a cabeça a prêmio faz tempo”, só lhe restava apresentar a carta de demissão.
Bolsonaro quer porque quer cumprir a promessa de campanha de revelar “operações escandalosas” dos governos do PT que teriam favorecido governos de países “amigos”, como Cuba, Venezuela, Angola e outros, e também o grupo JBS.
No auge do bombardeio de fake news antipetistas, durante o segundo turno da campanha eleitoral, um dos vídeos que mais circulou mostrava uma lista de obras no exterior, como se os governos petistas tivessem presenteado governos amigos com dinheiro do BNDES, ao invés de investir no próprio país.
O governo Temer também procurou por este graal antipetista mas não encontrou.
Todos os contratos foram disponibilizados pelo site do banco ainda na gestão de Paulo Rabello de Castro.
Os dados estão lá, mas Bolsonaro não se conforma.
Segundo fontes diplomáticas, o governo brasileiro vem sofrendo pressões dos Estados Unidos para que contribua com a nova cruzada contra Cuba.
Um escândalo envolvendo a operação de financiamento a empresas brasileiras que atuaram na construção do porto de Mariel ajudaria, nesta hora em que o governo Trump aumenta o fogo contra a ilha socialista do Carimbe, a quem atribui o fracasso dos movimentos para derrubar Maduro na Venezuela.
Os nomes dos cotados para suceder a Levy estão na praça.
O escolhido, seja quem for, antes de aceitar o cargo deve ter claro isso: se não conseguir produzir o escândalo da caixa preta, não vai durar. Será acusado de “não resolver o passado” , como disse Paulo Guedes, a respeito de Levy, em sinal de que compartilha a obsessão do chefe.
Texto em português do Brasil
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