Boris Johnson, o filho-família, nasceu no estado de Nova York. Os pais eram ingleses da alta burguesia.
Fez estudos em escolas europeias famosas, senda a mais reconhecida, por ser frequentada por gerações de pais aristocratas e ricos, a Eton College, escola pública de prestígio fundada em 1440 por Henrique VI, uma escola frequentada por príncipes e aspirantes a altos lugares na administração inglesa, no governo e no parlamento.
Estou a ler a o primeiro volume da trilogia da Jeffrey Archer, romancista que foi membro do parlamento britânico de 1969 a 1974. A novela dividida em três densos volumes conta a história imbricada de duas famílias, os aristocratas Barrington e os filhos da plebe, os Clifton.
Os rapazes da família Barrington vão, por força dos destino e digno empurrão dos pais, estudar para Eton. Os Clifton, tradicionalmente aos 14 anos iam trabalhar.
Neste primeiro volume da saga, “Só o tempo o dirá” Archer, o romancista, conta com naturalidade como alguns filhos de aristocratas pouco dotados intelectualmente conseguiam entrar em Eton com formas variadas de falsificar os exames de admissão.
Boris Johnson começou as trabalhar como jornalista no The Times, mas foi despedido por falsificar uma citação. Continuou como correspondente de Bruxelas do Daily Telegraph, e os seus textos tiveram muita influência no crescente sentimento de eurocepticismo da direita britânica. Foi editor assistente do The Telegraph de 1994 a 1999 e editou o The Spectator de 1999 a 2005. Tornou-se famoso por incríveis mentiras que disse durante campanhas eleitorais.
Ambos, Boris Johnson e Jeffrey Archer têm carreiras pontuadas por surtos de escândalos relacionados com má conduta intelectual e não só. Má conduta é a forma genérica que eu descobri para englobar pecados, pecadilhos e atividades criminosas de pessoas que são VIP.
Melhor chamar-lhes isso, até um Juiz dizer_foi crime.
Em 1963, Jeffrey Archer acedeu a um lugar para frequentar a Educação Continuada da Universidade de Oxford para obter um Diploma de Educação. Houve alegações confirmadas de que Archer deu provas falsas das suas capacidades académicas, por exemplo, referenciando uma instituição americana que na verdade era um clube de musculação, para obter admissão no curso. Outras falsas declarações constam do processo académico do meu autor esclarecido.
Mesmo assim conseguiu estudar três anos em Oxford. Seguem-no algumas histórias de engraçadas falcatruas, mas mesmo assim é eleito para membro do Parlamento no grupo conservador em 1969. Chamo-lhes engraçadas falcatruas como elogio ao humor britânico.
Ou seja, a moda de criar curricula recheados de meias verdades e muitas mentiras, era moeda corrente antes dos nascimentos de José Socrates (1967), Miguel Relvas (1961) e outros desqualificados políticos europeus.
Jeffrey Archer tem sentido critico e, depois de arruinado pelas suas estropelias urbanas, descobriu a carreira de sucesso que lhe competia: escritor. Aí, tal como eu, pode dar asas à imaginação fértil de que é dotado. Como escritor supera todas as expectativas (imagino eu) dos dedicados pais.
Boris Johnson ainda está a meio do caminho. Desejo profundamente que depois de maltratar o Reino Unido encontre o seu lugar na carreira das letras e termine por ganhar o Nobel da Literatura, o que era o meu sonho de adolescente.
Como escritores, podemos afastar a diáfano véu da hipocrisia e revelar ao mundo algumas verdades que fazem parte da nosso percurso.
Mas asseguro-vos que a menina Tizinha nunca entregou mais declarações falsas depois daquela com que tentou fabricar um passaporte nas barbas da PIDE, quando tinha dezoito anos, mas para o regime salazarento era considerada menor.
As meninas Tizinha e Mafalda compreendem Jeffrey Archer e estão à espera de que Boris Johnson comece a sua carreira de escritor, depois de ser considerado persona non grata no Parlamento e na política inglesa.
Para Boris Johnson, desejamos que o Romance “Um loiro enlouqueceu o UK” seja best seller!
Ilustração de Beatriz Lamas Oliveira
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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