Os curdos, os mesmos que combateram ferozmente os jihadistas do «Estado Islâmico» na defesa de Kobane, vivem momentos de terror, devido aos violentos e criminosos ataques da Turquia, perante a impassividade da ONU e a anuência dos EUA.
Na opinião de Seufert, um especialista do Instituto Alemão de Relações Internacionais e de Segurança, Kobane, que também faz fronteira com a Turquia, é um dos três cantões estrategicamente mais relevantes no contexto da luta do povo curdo porque tem grande importância simbólica para este martirizado povo.
Curdos fortemente atacados pela Turquia e abandonados à sua sorte
Os restantes cantões são Afrin e Jaziré. A união destes três cantões, Kobane, Afrin e Jaziré, e de outras áreas libertadas pelas forças curdas no Norte da Síria poderiam representar mais um passo para a autodeterminação da Nação do Curdistão, uma situação que não interessa ao ditador Erdogan da Turquia.
Para o presidente da Turquia, opinou igualmente Seufert, “a Síria e o PKK – Partido dos Trabalhadores do Curdistão são mais perigosos que o chamado Estado Islâmico”. De facto, a actual ofensiva militar sangrenta comprova que há por parte da Turquia uma estratégia para enfraquecer e aniquilar a população curda, havendo também diferenças de prioridades com os EUA, países europeus e outros países do médio oriente.
Kobane poderia significar o futuro da população curda no médio oriente. Mas, pasme-se, mal as forças dos EUA abandonaram a região, aqueles que foram seus aliados no combate ao inimigo comum (leia-se: «Estado Islâmico»), são agora fortemente atacados e massacrados pelas tropas e mercenários orientados por Erdogan, presidente da Turquia.
As notícias que circulam por todo o mundo, divulgadas por jornalistas e por Organizações Não Governamentais independentes, referem que o ataque das forças militares comandadas por Erdogan da Turquia já provocou cerca de 160 mil deslocados, a juntar às várias centenas de milhares de refugiados que fogem ao genocídio desde o início.
Segundo informações veiculadas por vários órgãos de comunicação social, os bombardeamentos da força aérea turca contra mulheres e homens curdos possibilitaram a fuga de centenas de jihadistas das prisões. Sabe-se, inclusivamente, que os mercenários ao serviço do exército turco já iniciaram largas dezenas de execuções sumárias, porque, esta é a única verdade, os curdos estão abandonados à sua sorte, com a cumplicidade dos EUA e a passividade habitual das Nações Unidas.
Mulheres guerreiras curdas combatem os Jihadistas e lutam pela independência do Curdistão
No actual contexto em que milhares de curdos são atacados de forma criminosa pelas forças da Turquia com o auxílio de mercenários provenientes de países apoiantes, o mesmo país que financia o ISIS, importa destacar o papel heróico das mulheres curdas. Estima-se que sejam 8 mil o total de guerreiras.
O empenho destas mulheres é tremendo. Pensa-se que representam mais de 30% do efectivo de guerreiros curdos. As guerreiras curdas combateram de forma muito corajosa em Kobane, cidade fronteiriça que já teve 20 milhões de curdos antes das fugas dos refugiados.
Os bons resultados alcançados pelas combatentes curdas e o grande temor dos jihadistas em relação às grande guerreiras é explicado pelo facto de acreditarem que se forem mortos por uma mulher jamais irão para o paraíso.
Também por esta razão estas mulheres merecem o apoio de todos aqueles que defendem a liberdade e a solidariedade entre os povos.
Um povo oprimido e sem apoio da ONU para a constituição de um Estado-Nação
A população curda, apesar de ter uma língua e cultura que os caracteriza, estar unida mesmo sem existir um dialecto padrão, totalizar entre 30 a 35 milhões de pessoas, na sua maioria muçulmanos (sunitas), mas também cristãos, apenas pelo facto de estarem espalhados pela Síria, Iraque, Irão, Turquia, e na diáspora, principalmente na Alemanha, não são apoiados pela ONU no sentido de poderem exercer o direito à autodeterminação e constituírem um Estado-Nação.
As origens históricas dos curdos não estão determinadas com exactidão. Alguns estudiosos afirmam que os curdos (povos da montanha) descendem de tribos indo-europeias que se enraizaram na região, há aproximadamente 4 mil anos.
A verdade chocante é que os curdos são a maior Nação do mundo sem Estado. Sabendo-se que em termos numéricos a população curda ultrapassa as populações de dezenas de países, mesmo assim, continua a ser-lhe negada a construção de um Estado como tantos outros existentes e reconhecidos como tal.
A violação dos direitos humanos e a opressão praticada contra os curdos atinge proporções gigantescas. Tal como aconteceu com o martirizado povo de Timor-Leste no passado e está a acontecer actualmente com o povo do Sahara ocidental e da Palestina, três povos massacrados pela Indonésia, por Marrocos e por Israel, respectivamente, para a Turquia, para os EUA e para outros países defensores do fascismo e do neoliberalismo, os curdos também são um povo dispensável.
O genocídio e etnocídio do povo curdo está em marcha
Para além do genocídio de que tem sido vítima, porque está a concretizar-se uma limpeza étnica, a Nação curda está a ser alvo de etnocídio, através da destruição da cultura do seu povo, sob responsabilidade do ditador sanguinário Erdogan, e de outros, perante o silêncio da comunidade internacional.
A língua, a utilização de roupas e os nomes curdos foram proibidos na Turquia. A proibição da língua curda (escrita e oral) foi proibida pela constituição turca porque alegam o princípio da indivisibilidade nacional.
Mas não é só na Turquia que os curdos são oprimidos e aniquilados. Os curdos que habitam o Norte do Iraque (região rica em petróleo), actualmente com uma autonomia muito frágil, sob governação de Barzani, colocado após a invasão do EUA ao Iraque e o derrube de Sadam, também foram massacrados aos milhares. Os curdos do Iraque também desejam a independência, mas têm sido silenciados ou esquecidos, principalmente depois dos ataques eufóricos dos acólitos do «Estado Islâmico».
O mesmo acontece no Irão e na Síria, quer no tempo em que a Síria era governada por Hafez, como agora, sob a presidência do seu filho Assad, os curdos da Síria são marginalizados. Na Síria, os curdos, na sua grande parte, não são reconhecidos em termos constitucionais como cidadãos sírios.
Portanto, nos quatro países referidos, há um povo esquecido e amordaçado, há um genocídio e etnocídio em marcha, com a cumplicidade criminosa de países da região e com a impotência cada vez mais evidente da ONU, situação agravada com os interesses das potências imperialistas na região e de outras partes do mundo.
O povo curdo precisa de nós. Denunciemos com todas as nossas forças o etnocídio e o genocídio vergonhoso que está a ser realizado contra a população curda.
Our YPJ, YPG, SDF forces inflicted another major blow on terrorist Turkish regime’s proxies, ISIS terrorists by neutralizing large number of ISIS terrorists and liberated another big county on their way to Reqqa.
Large amount of weaponry, ammunition and military vehicles captured.
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.Operation to liberate Mensûra county is done and the county is fully liberated terrorist Turkish regime/ ISIS terrorists. Tens of thousands of civilians rescued from ISIS terrorists captivity. Our YPJ, YPG, SDF forces Bomb Disposal Teams are clearing the county from IEDs and boobytraps planted by ISIS terrorists. The civilians of Mensûra are very thankful our YPJ, YPG, SDF forces and very happy that they’re now free of ISIS terrorists.
Publicado por Kurdish Female Fighters/ YPJ em Domingo, 4 de junho de 2017
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