“Ninguém é bobo” é a tradução do título original. Donald “Sully” Sullivan, o protagonista, um trabalhador da construção civil que chegou aos sessenta anos com dificuldades financeiras, precisa se dobrar a um empregador desonesto e arrogante, que é seu único contato profissional.
Ele renunciou à família e não tem nenhum amor. Sully, entretanto, é o tipo que passa a impressão de quem assume seus riscos. Consciente de sua situação e de suas escolhas, ele consegue olhar a vida com otimismo e ser feliz com as coisas simples. Por isso Donald Sullivan é humilde, mas não é bobo.
O inesperado reencontro com seu filho dá a ele a oportunidade de rever a família, resgatar suas posses e dar outro rumo a sua história. Ele se reconstitui como pessoa e recompõe seus pedaços deixados no caminho. Mas, mesmo feliz em ter seu filho e neto por perto, Sully não quer mudar de vida. O Indomável quer ser dono de seu tempo e de suas decisões.
E a cena do velho Paul Newmann (Sully) confortavelmente acomodado na poltrona da pensão em que vive, da já octogenária Miss Beryl (Jessica Tange), sugere que a vida do indomável Sully continuará sendo assim.
Assim é minha vida é como a vida de muitos dentre nós, e esta é a sua graça. Nele o trabalhador pode se espelhar e, mesmo que não se identifique com o protagonista, é possível que identifique situações familiares.
O Indomável – Assim é Minha Vida (Nobody´s Fool)
País: EUA, 1994
Direção: Robert Benton
Elenco: Paul Newman, Jessica Tandy, Melanie Griffith, Philip Seymour Hoffman, Pruitt Taylor Vince
Do livro “O mundo do Trabalho no cinema”, publicado por Centro de Memória Sindical
Texto em português do Brasil
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