O Museu Nacional de Aleppo reabriu agora as portas para visitantes e arqueólogos após oito anos de encerramento por causa da guerra civil/terrorista na Síria.
Localizado muito perto do Baron Hotel que foi reconstruido pelos irmãos arménios Onnig eArmenak Mazloumian sobre as anteriores instalações do Ararat Hotel do século XIX. Durante o mandato francês, a rua onde o Le Baron foi construído recebeu o nome de rua General Henri Gouraud. Após a independência da Síria em 1946, nome da rua passou a ser Baron pela fama do hotel. O hotel reflete as mudanças que ocorreram no país. É um dos hotéis mais antigos e notáveis do Médio Oriente. Dir-se -ia que o próprio hotel e as suas vetustas paredes são testemunhas dos horrores da guerra mas também dos tempos em que Aleppo era uma grande cidade cheia de vida e de comércio.
Gevork Papiryan, um escritor de origem arménia atualmente residente nos EUA escreveu um romance chamado Hotel Baron que relata acontecimentos da segunda guerra mundial quando o Hotel era ninho de espiões de todo o mundo.
Também Agatha Christie refere o hotel no Crime do Expresso do Oriente.
Em Novembro de 2014 o Hotel Baron fechou portas. A linha de frente que separava as forças rebeldes e do governo ficava a poucos metros do prédio. Durante algum tempo, o hotel reabriu apesar da gravidade das condições de guerra. Terá sido aberto aos refugiados que chegavam fugidos dos combates. O hotel sofreu desgastes da guerra.
O destino, por ex, do gigantesco termómetro Stephens de 1917 é desconhecido.
Mas voltemos ao Museu de Aleppo
“A reabertura do museu para exibir 50 mil peças dos seus tesouros arqueológicos é o retorno à vida deste museu único, bem como uma mensagem de paz, amor e conhecimento para confirmar que o povo sírio triunfou sobre o terrorismo, agressividade e injustiça”, disse o Director Geral de antiguidades e museus, Dr. Mahmoud Hamoud, num comunicado à imprensa.
O trabalho de reabilitação do museu foi realizado em cooperação com o Japão e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Vários arqueólogos estrangeiros participaram da abertura, e sublinharam que a abertura do museu é parte do processo de reconstrução que a Síria.
O Museu Nacional de Aleppo tem uma importante memória humana e cultural e um valor arqueológico e patrimonial. Testemunha única do desenvolvimento da cultura e civilização da Síria ao longo dos tempos dos aramaicos, assírios, caldeus e fenícios.É uma das instalações arqueológicas mais importantes do mundo,com peças de AC. Visitá-lo é ter uma vívida lição de história antiga.
Construído em 1931, posteriormente mudado para instalações mais modernas inauguradas em 1972.
Inclui em destaque os seguintes períodos históricos: “Antiguidades pré-históricas”, “Antiguidades sírias das eras orientais”, “Antiguidades sírias clássicas”, “Antiguidades árabe-islâmicas” e “Arte moderna”.
Estas secções exibem magníficas exposições de escultura, gravura e decoração. Nos dois pátios interiores enormes estátuas de basalto de alguns deuses antigos, escritos hieroglíficos hititas do primeiro milénio AC, estátuas e mosaicos romanos do século III DC.
A famosa estátua de um deus de bronze dourado que remonta ao II milénio de AC.
Museu Nacional de Aleppo tal como o seu vizinho Hotel Baron foi exposto a danos materiais durante a guerra terrorista, pois foi alvo de dezenas de foguetes e morteiros enviados por terroristas.
Espero poder voltar ao Hotel Baron, onde estive alojada em 2009 e onde espero reencontrar Rubina Mazloumian, a proprietária.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90