A equipa Intelnomics tem seguido a emergência e desenvolvimento do chamado “populismo”, com grande atenção, desde há vários anos (desde muito antes de o termo ter sido cunhado e do seu fulgurante aparecimento na imprensa mainstream com a vitória da estratégia de Steve Bannon). Desde os primeiros sinais fracos deste fortíssimo fenómeno que ele entrou no nosso radar.
Não partilhamos, portanto, dos vulgares fenómenos, tanto à esquerda como à direita, de surpresa e indignação “moral” face à vaga populista. Antes, consideramos que importa perceber, ter “a inteligência das coisas” e, claro, antecipar.
Aliás, bastava ter sabido ler alguns factos, como o de serem empréstimos dos bancos da Rússia de Putine que, há coisa de 10 anos, financiaram as campanhas eleitorais de Marine Le Pen, para perceber que a coisa era séria e vinha aí grossa tempestade.
Bastava ter sabido ler as gravíssimas insuficiências políticas e morais das elites reinantes na União Europeia e nos USA, no pós colapso financeiro de 2008, para antecipar a sua substituição, em eleições, por quem soubesse ir ao encontro da revolta de eleitorados desiludidos e indignados.
Bastava ter sabido ler o alargamento do fosso na distribuição da riqueza criada e o insustentável desenvolvimento das desigualdades salariais, com a imparável perda de poder de compra da classe média e dos assalariados (que eles tentaram compensar com recurso ao crédito gerando dívidas colossais…).
Bastava ter sabido ler isso e muitas outras coisas para perceber que nada ia continuar como dantes… Mas, tanto à esquerda como à direita, as elites reinantes (e cúmplices dos financistas que montaram a tragédia de 2008…) tinham outras prioridades. Portanto… Preparem-se para mais, muito mais.
O nosso amigo e velho colaborador da equipa Intelnomics Christian Harbulot, talvez cansado de ouvir certas “rangaines”, disse-o de forma clara e abrupta:
Le populisme n’est pas une démarche hors sol
Christian Harbulot | Directeur chez E.G.E.
Le populisme n’est pas une démarche hors sol. Il est souvent le révélateur d’erreurs stratégiques commises par des gouvernements sur des themes vitaux pour les pays concernés. Il est aussi le révélateur de contradictions dangereuses dans la manière dont évoluent les relations internationales. Il suffit de relire l’histoire contemporaine.”
Muito difícil será dizê-lo melhor e mais claro. Bravo, Christian.
Exclusivo Tornado / IntelNomics
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