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João de Sousa

Domingo, Agosto 25, 2024

O presidente de Câmara que faz atendimento público… no Facebook

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A internet é, actualmente, um poderoso meio de comunicação, não só para os indivíduos, como para as empresas e entidades públicas. As autarquias e os autarcas, contudo, nem sempre utilizam esta ferramenta da melhor forma. Basta um breve olhar por muitos dos seus sites para se constatar que, em muitos casos, é uma dor de cabeça descobrir uma informação tão básica como a data da próxima reunião do executivo municipal.

Mas, aos poucos, a situação começa a avançar de forma positiva e, aos poucos, vão sendo testadas as novas janelas abertas pelo maravilhoso meio digital. É o que está a acontecer em Faro, com o presidente da câmara local a utilizar uma forma bem pouco comum de falar com os seus munícipes. Há já dois anos que, uma vez por mês, Rogério Bacalhau tira uma hora do seu tempo para fazer atendimento público através da internet.

Quem reside na capital farense e precise de falar com o autarca já não precisa de ir ao edifício camarário depois de, previamente, marcar uma reunião. Só tem de ficar ligado à internet e, no dia e à hora certa, entrar no Facebook, aceder à página da autarquia e colocar as suas questões a Rogério Bacalhau, que responde em tempo real.

E têm sido muitos os que aproveitam a oportunidade. Na mais recente sessão de atendimento, o autarca respondeu a 29 questões colocadas por munícipes. Para além de evitar deslocações, esta é também uma forma muito rentável de ocupação do tempo. Embora haja alguns cidadãos que fazem mais do que uma pergunta (são respondidas as primeiras três de cada um), através do atendimento tradicional seriam seguramente necessárias muitas horas ou mesmo alguns dias para receber, ouvir e dar respostas a tantas pessoas.

De uma forma geral, as questões com que é confrontado têm a ver com problemas existentes na via pública, relacionadas com a iluminação, limpeza, passadeiras, semáforos, estradas e parques infantis. Um tema que aparece com alguma insistência é a possibilidade de, tal como acontece com muitas outras autarquias, também a de Faro baixar o IMI. Neste caso, a resposta não é a desejada. É que, responde o autarca, “tendo em conta a situação financeira com que o Município de Faro se debateu, o quadro legal imposto ao Município obriga a que as taxas estejam no máximo”. Portanto, nada de impostos mais baixos para os farenses.

A situação financeira da câmara é, exactamente, um tema muito debatido nestas sessões. A evolução, segundo Rogério Bacalhau, está a ser positiva, pois “nos últimos anos a receita tem sido superior à despesa”, uma situação que “tem permitido diminuir a dívida”. O grande problema, lamenta o presidente, é que sobre “pouca verba para fazermos investimento”.

As respostas do autarca são, por regra, breves e concisas, embora, por vezes, vagas, segundo se queixava, numa das últimas sessões, um dos participantes. Mas, de uma forma geral, tem sido positiva a reacção dos participantes relativamente a esta forma pouco comum de um presidente de câmara comunicar com os cidadãos do seu concelho.

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