Rui Rio esteve de férias, quando regressou não quis que se chame rentrée, mas diremos que o Verão chegou ao PSD em Setembro.
Rui Rio, logo que voltou, começou a falar para dentro do PSD: processou candidatos às autárquicas com gastos excessivos e aconselhou críticos a sair. Muita gente ficou surpreendida, pois, estava à espera que o discurso fosse para fora e criticando o governo.
Na Universidade de Verão, aí sim, apontou as baterias para fora do PSD: exigiu ao Ministério Público respostas para o caso de Tancos; criticou o governo por seguir uma estratégia económica errada, fazer promessas que não pode cumprir e degradar os serviços públicos; alertou para o endividamento crescente das famílias em Portugal e pediu a intervenção do Banco de Portugal.
No domingo à noite, Marques Mendes estragou, de novo, a mensagem enviada aos portugueses, afirmando que Rui Rio não pode ser um incendiário dentro do PSD.
Rui Rio era uma esperança para o PSD, é um homem do Norte, sério, respeitável e bem intencionado, mas com o tempo a sua estratégia tem-se esfumado e desvanecido e, está a perder élan, o PSD parece uma peça de Shakespeare com intriga, deslealdade, traição, vingança e imoralidade.
O PSD faz-me lembrar uma orquestra em que o maestro (Rui Rio) dirige a sinfonia, mas o público (militantes e simpatizantes) começa a abandonar a sala porque não gosta da música.
O maestro Rui Rio apercebe-se que a orquestra não está a funcionar, sente uns barulhos esquisitos; conversas em tom baixo, passos furtivos, assentos recolhidos, portas abertas e fechadas.
Apesar de Rui Rio estar a ver diante dele que o PSD se está a desmoronar, mas a única saída é não se deixar arrastar e seguir com o seu trabalho até ao fim. É certo que muitas querem ir -se embora, mas outros gostam da música, e a orquestra vai continuar a tocar.
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