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Domingo, Dezembro 22, 2024

O PSD é uma orquestra que não está a funcionar

Joaquim Jorge, no Porto
Joaquim Jorge, no Porto
Biólogo, Fundador do Clube dos Pensadores

Rui Rio esteve de férias, quando regressou não quis que se chame rentrée, mas diremos que o Verão chegou ao PSD em Setembro.

Rui Rio, logo que voltou, começou a falar para dentro do PSD: processou candidatos às autárquicas com gastos excessivos e aconselhou críticos a sair. Muita gente ficou surpreendida, pois, estava à espera que o discurso fosse para fora e criticando o governo.

Na Universidade de Verão, aí sim, apontou as baterias para fora do PSD: exigiu ao Ministério Público respostas para o caso de Tancos; criticou o governo por seguir uma estratégia económica errada, fazer promessas que não pode cumprir e degradar os serviços públicos; alertou para o endividamento crescente das famílias em Portugal e pediu a intervenção do Banco de Portugal.

No domingo à noite, Marques Mendes estragou, de novo, a mensagem enviada aos portugueses, afirmando que Rui Rio não pode ser um incendiário dentro do PSD.

Rui Rio era uma esperança para o PSD, é um homem do Norte, sério, respeitável e bem intencionado, mas com o tempo a sua estratégia tem-se esfumado e desvanecido e, está a perder élan, o PSD parece uma peça de Shakespeare com intriga, deslealdade, traição, vingança e imoralidade.

O PSD faz-me lembrar uma orquestra em que o maestro (Rui Rio) dirige a sinfonia, mas o público (militantes e simpatizantes) começa a abandonar a sala porque não gosta da música.

O maestro Rui Rio apercebe-se que a orquestra não está a funcionar, sente uns barulhos esquisitos; conversas em tom baixo, passos furtivos, assentos recolhidos, portas abertas e fechadas.

Apesar de Rui Rio estar a ver diante dele que o PSD se está a desmoronar, mas a única saída é não se deixar arrastar e seguir com o seu trabalho até ao fim. É certo que muitas querem ir -se embora, mas outros gostam da música, e a orquestra vai continuar a tocar.

 

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