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Domingo, Novembro 24, 2024

Tão bem te fica esse nome mãe!

Vitor Burity da Silva
Vitor Burity da Silva
Professor Doutor Catedrático, Ph.D em Filosofia das Ciências Políticas Pós-Doutorado em Filosofia, Sociologia e Literatura (UR) Pós-Doutorado em Ciências da Educação e Psicologia (PT) Investigador - Universidade de Évora Membro associação portuguesa de Filosofia Membro da associação portuguesa de Escritores

Talvez sem ti, sem a tua existência, a capacidade única de saber e estar e ser, nada mais seria o que quer que fosse, hoje e sempre, neste hoje que te pertence

Ainda que existisse uma metáfora que se confundisse nos brilhos do céu eu cantaria alegorias feito de nuvens numa espuma branca o teu nome como se fossem rosas as memórias neste jardim onde moram as casas que me construíras em pequeno, sabes,

“tão bem te fica esse nome mãe!”

um jacto na voz me parece a sinfonia mais bela de tempos em tempos neste sempre, é mesmo, percebes? Não há dia diferente e este é bestialmente igual ao das glórias repetidas, a tua mão hoje franzida que me embelezou o lençol enquanto quase adormecia, esse gene incolor da forma mais perfeita é ser o que és, talvez muitos não entendam como te consigo decifrar numa resma de papel apenas para te dizer numa só palavra:

“amo-te”

e nem de que forma se conseguiria um dia decorar como estátua a eternizar a tua mais profunda sensibilidade, assim mesmo, entendes-me?, como que se de uma mulher se reinventasse a verdade, os filhos como fruto do teu suor que transborda parede a baixo como o silêncio do amor neste peito meu, criado no ventre da tua pureza.

“tão bem te fica esse nome mãe!”

O meu porto seguro é a marinha da tua alma nesta casa que sem ti seria apenas a maresia solitária para escrever melancolias em qualquer deserto que a saudade inventasse, mas não, és mais que a flor que brota verdades que vemos crescer no líquido amniótico que só tu consegues fazer existir para que eu exista também, eu num nós particular que contigo nos tornamos reféns da vida pura como água que desflora a natureza das belezas mais límpidas do oceano e dos rios e dos meus lábios ao beijar-te no rosto que cheira um cheiro único, por isso mesmo sei quando és tu não outra coisa que o olhar ou o sentido faça confundir-me. Fecho os olhos e descubro o teu dedo sobre mim, devagarinho, lento de amor amar a sonho que criaste para que eu, nós, sejamos efectivamente verdade.

Talvez sem ti, sem a tua existência, a capacidade única de saber e estar e ser, nada mais seria o que quer que fosse, hoje e sempre, neste hoje que te pertence, pois, o amor é unicamente saber da tua existência, verdade, nasci do corpo e nele me alimentei até poder dizer-te:

“amo-te!”

África, de Clotilde Fava


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