Nesta edição não poderia deixar de prestar homenagem a dois dos maiores talentos da música do século 20.
John Lennon foi assassinado no dia 8 de dezembro de 1940, aos 40 anos. Prova que a facilidade em ter armas só faz mal para a humanidade. Tom Jobim morreu no mesmo dia em 1994, de insuficiência cardíaca aos 67 anos, em Nova York, Estados Unidos.
Perdas irreparáveis para a cultura, para a música e para a alegria. Ambos fizeram da arte as suas vidas e com delicadeza e muita poesia levaram felicidade para as pessoas. Porque é impossível não parar para se deleitar com suas notas musicais e poemas e ao mesmo tempo pensar sobre o que estamos fazendo de nossas vidas e com o planeta.
Duas músicas dos gigantescos talentos que ao menos tangenciam o tema trabalho. Ouça sem moderação nenhuma, o coração, o corpo e o cérebro agradecerão em demasia.
Power to the People, de John Lennon
Power to the People
Poder para o Povo – Tradução
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo, agoraDiga que quer uma revolução
Melhor começarmos agora mesmo
Bem, levante-se
E vá para a ruaCantando o poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo, agoraUm milhão de trabalhadores, trabalhando por nada
É melhor você dar a eles o que merecem
Nós temos que te derrubar
Quando chegarmos na cidadeCantando o poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo, agoraPreciso perguntar, camaradas e irmãos
Como vocês tratam as suas próprias mulheres em casa
Ela tem que ser ela mesma
Para que possa se libertarCantando o poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo, agora
Agora, agora, agora, agora
Bem, poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo, agora
Sim, poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo, agora
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo
Poder para o povo, agora
Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim
Sabiá
Vou voltar!
Sei que ainda vou, vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir
Cantar uma Sabiá
Cantar o meu SabiáVou voltar!
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o diaVou voltar!
Sei que ainda vou, vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
You Never Give Me Your Money, de John Lennon e Paul McCartney
You Never Give Me Your Money
Você Nunca Me Dá Seu Dinheiro – Tradução
Você nunca me dá seu dinheiro
Você só me dá seu papel engraçado
E no meio das negociações
Você entra em crise
Eu nunca te dou o meu número
Eu eu só te mostro minha situação
E no centro das investigações
Eu entro em crise
Fora da faculdade, dinheiro gasto
Não vejo um futuro, não pago aluguel
Todo o dinheiro se foi, sem lugar pra ir
Nenhum trabalho nas costas
Manhã de segunda, volto para trás
Num lento caminhão amarelo, sem lugar pra ir
Mas oh, essa sensação mágica, sem lugar pra ir
Mas oh, essa sensação mágica
Sem lugar pra ir
Em um sonho doce
Pego as malas e entro numa limosine
Brevemente nós vamos pegar a estrada para cá
Pisando no acelerador e limpando as lágrimas
Um sonho doce
Se tornou realidade hoje
Se tornou realidade hoje (se tornou sim)
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete
Todas as boas crianças vão para o céu
Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete
Todas as boas crianças vão para o céu
Águas de Março, de Tom Jobim
Águas de Março
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá candeia, é o Matita-PereiraÉ madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeiraÉ uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto um desgosto, é um pouco sozinhoÉ um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lamaÉ um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coraçãoÉ uma cobra é um pau, é João é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coraçãoÉ pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coraçãoPau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, oh, noite, morte
Passo, anzol
São as águas de março fechando o verãoÉ a promessa de vida no teu coração
Texto em português do Brasil
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