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Sábado, Novembro 2, 2024

O último ato do pior ministro da Educação que o Brasil já teve

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Ao apagar das luzes em seu cargo, o agora ex-ministro da (des)Educação, Abraham Weintraub mostrou para todo mundo porque não tem condição de exercer nenhum cargo público, muito menos comandar o Ministério da Educação (MEC).

Weintraub editou a Portaria 545, revogando a Portaria 13, que determinava a criação de cotas raciais e para deficientes físicos, editada em 2016. “As cotas na pós-graduação foram uma vitória de quando o MEC estava a serviço de pensar a nação e estava comprometido em, através da educação, reparar dívidas históricas com nosso povo, em especial com a população negra e originária”, diz Flávia Calé, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação, ao G1.

Mas a letra nasceu morta. Tanto que o Congresso Nacional já dá a sua resposta. As deputadas Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Perpétua Almeida (PCdoB-AC) apresentaram um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) revogando a portaria da vingança mesquinha do finalmente ex-ministro.

Conheça o PDL na íntegra

Porque “o ainda ministro da Educação Abraham Weintraub editou em 16 de junho deste ano de 2020 a Portaria 545, com o objetivo de, mais uma vez, atentar contra as políticas públicas do setor que deveria ser objeto de zelo, respeito à sua autonomia e valorização, o setor universitário brasileiro.  No entanto, a destruição das políticas públicas desse setor tornou-se para sustar a portaria de Weintraub que acaba com a política de cotas nos cursos de pós-graduação nas universidades públicas”, diz a justificativa do PDL.

Para Marilene Betros, secretária de Políticas Educacionais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) esse ato mostra a falta de caráter do ex-ministro e “desnuda a face cruel e fascista do atual desgoverno”.

Mônica Custódio, secretária de Igualdade Racial da CTB, reforça a crítica ao afirmar que a extrema-direita no poder no Estado brasileiro mostra suas garras desmantelando as políticas públicas em favor da classe trabalhadora e suas filhas e filhos.

O conteúdo racista desse desgoverno desde a campanha eleitoral não deixa dúvidas de que age para reforçar o já duro racismo estrutural, atacando todas as mais importantes conquistas civilizatórias da maioria da população brasileira, que tem matriz africana”.

Mas, a sindicalista carioca, assinala a necessidade de “incorporação de todas as lutas por igualdade de direitos nas eleições municipais deste ano”. Para ela, “as políticas afirmativas existem para criar condições de igualdade de direitos no futuro” e são “essenciais para corrigir problemas históricos que se mantêm através dos tempos”.

Marilene concorda com Mônica e vê a necessidade de mudança de rumo nessa área tão vital para o país. “A educação deve ser democrática, transformadora, inclusiva para possibilitar oportunidades iguais para todas as pessoas”, afinal “a educação é o melhor caminho para reforçar a identidade nacional com respeito à formação do povo brasileiro (África, Europa e indígenas)”.

Mônica acentua a necessidade de participação contundente do movimento sindical em apoio ao PDL das deputadas comunistas. “Temos que fazer dessa bandeira a nossa luta porque precisamos de ar para respirar como nunca”.


Texto em português do Brasil


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