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João de Sousa

Segunda-feira, Novembro 4, 2024

Obviamente, demito-a!

João de Sousa
João de Sousa
Jornalista, Director do Jornal Tornado

As buscas no Gabinete do Ministro das Finanças e Presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, são as amargas cerejas no topo do bolo carcomido da Justiça que temos.Não há “Operação Lex” que consiga mais “tapar o Sol com uma peneira”. Algo está podre no reino da Dinamarca e, como tudo o que está podre, fede. Fede urbi et orbi e não consegue esconder o enorme fiasco da gestão de Joana Marques Vidal à frente da Procuradoria-Geral da República.

Depois do inominável, assim designado, “Processo Marquês”, recheado de incumprimentos e ilegalidades diversas por parte dos Magistrados e respectivo Juiz de Instrução, até à Operação Lex, o consulado desta Procuradora-Geral não é merecedor de terminar no prazo referido.

O ódio “atávico” e as tentativas de “vendetta” de alguns membros desta família tendem a toldar-lhes o julgamento imparcial exigível a todos os membros do Ministério Público. As raízes do problema estão em Macau e têm décadas mas as acções destinadas a prejudicar o partido Socialista são de ontem e de hoje. Algumas constituindo verdadeiros delírios como a, que nos chegou de Aveiro, feita a José Sócrates.

O corporativismo dentro da classe faz o resto e os Portugueses têm muito a temer pela saúde da sua Democracia. Quando é o próprio mais alto magistrado da Nação, decerto também por algum atavismo, que convida uma classe, ou várias, já de si com tendência para o corporativismo, a fazer um pacto, está a pôr em perigo um dos pilares do Estado de Direito: a separação de poderes.

A frase populista “à política o que é da política e à Justiça o que é da Justiça”, soa bem, parece uma verdade de La Palisse mas é um verdadeiro disparate. E António Costa está a “provar” algumas das suas consequências mais nefastas, que lhe foram convenientes eleitoralmente na altura mas que, bem reflectidas não têm pés nem cabeça.

À política o que é da Justiça. Ninguém escrutina o poder judicial a não ser ele próprio. Ninguém o elege. Cabe-lhe, apenas, cumprir e fazer cumprir, aí sim com total independência, a Lei. Não pode interferir nas esferas dos restantes poderes.

A consequência imediata desta frase populista é acabar por caber à Justiça o que é da Política. E o fim da Democracia.

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